Raiz do Mal – por Mario Quevedo

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Foto: Divulgação

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Horas depois da explosão da “Operação Dominó”, da Justiça Federal, sobre o Estado de Rondônia, um candidato a deputado participou de reunião política com eleitores. Tudo dentro das normas legais, oferecendo aos cidadãos presentes propostas de trabalho diversas às praticadas pela maioria dos parlamentares do Estado. Pautado por notícias pinçadas da mídia nacional, e a oferta era enorme naquele dia, o candidato comentou a prisão em flagrante do presidente da Assembléia Legislativa, que protagonizou, algemado, imagens de jornais país. Argumentou que o ocorrido era uma clara demonstração da necessidade de renovação na Assembléia. Falou quarenta minutos. *Na réplica do eleitorado, apenas uma pergunta: “sim, doutor... mas quanto é que a gente ganha para votar no senhor”? *É neste momento que um elo entre o eleitor e os políticos brota como uma erva daninha. É o aval que o primeiro dá ao segundo para deslanchar na vida pública sem precisar dar explicações ao eleitor. Afinal, se ambos fecham o “negócio”, o voto foi comprado e está tudo quites. Se o tal político for “esperto” ou “inteligente”, tem a chance de enriquecer estupidamente num prazo curto de tempo, podendo cometer atos suspeitos sem nunca ser questionado. E quando isso acontece fica fora da cadeia, mesmo sendo condenado. Imunidade parlamentar. Mas, para que isso aconteça alguém tem que pagar a conta. É aí que o cidadão entra com sua segunda, e derradeira, participação no jogo. Afinal, os impostos arrecadados do cidadão é que formam o butim a ser dividido entre os bucaneiros. *Quem administra o dinheiro que posteriormente será roubado é o Poder Executivo, que é o que tem a chave do cofre nas mãos. O dinheiro é o tal “Orçamento”, gerado pelos tributos recolhidos do nosso bolso. É isto que financia os projetos e metas do governo. Muitas absurdas, outras superfaturadas. Como o Executivo precisa dos deputados para garantir “sustentabilidade” à sua gestão, fica estabelecida uma possibilidade de negócios tentadora. O dinheiro é do “governo”, mas quem determina como gastar é o Parlamento, cuja composição é formada, basicamente, por gente que só está ali para se dar bem. *É quando o candidato lá do primeiro parágrafo, caso tenha aceitado a proposta do cidadão, começar a receber de volta o que investiu naquela ocasião. O momento em que começa a fase “é dando que se recebe”. Legislativo e Executivo fatiam o bolo de acordo com seus interesses. Usam vários artifícios. “Emenda Parlamentar” é só um dos métodos. *Para evitar problemas, os dois “Poderes” calam a boca do outro Poder à custa de... Orçamento. O Ministério Público, outrora “guardião” dos direitos da sociedade, fica com o seu quinhão. O Tribunal de Contas também pega a sua parte do saque. As migalhas do banquete ficam para empresários, aspones, servidores corruptos... Enfim, para os que operacionalizam os esquemas. *E a coisa vai fluindo naturalmente, sangrando os cofres públicos e dando como retorno projetos absurdos, contratos suspeitos, licitações viciadas, venda de sentenças, engavetamento de processos... É quando aquela erva daninha se transforma na frondosa árvore da corrupção. Se o cidadão tem sorte, e parece que ela finalmente bafeja por essas bandas da Amazônia, a estrutura do Mal, ramificada entre os Poderes, vem abaixo como uma trilha de dominós. Difícil saber os desdobramentos jurídicos de tal situação, quando a coisa chega a este ponto. Mas as conseqüências políticas podem ser, pelo menos, planejadas. *Em outubro, os rondonienses têm a chance de excluir da vida pública gente que não é mais digna da confiança do povo, arrancando a Raiz do Mal. Os políticos que, sustentados pelo voto comprado, acham que possuem uma “licença” para fazer o que bem entendem, e tomar para si o máximo que for possível daquilo que é “nosso”, vivendo na impunidade, podem ser apeados de onde estão. A Justiça Federal faz a parte dela. O eleitor deve fazer a dele.
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