Ô da poltrona! - Por Luciana Oliveira

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Foto: Divulgação

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*Ao assistir no Fantástico nova matéria sobre a corrupção desenfreada em Rondônia, triste e envergonhada, pensei: e o pior é que eu e a maioria de meus conterrâneos permanecemos inertes, como meros expectadores de fatos tão chocantes. A ausência de uma manifestação popular após a revelação de sucessivos escândalos envolvendo a Assembléia Legislativa do Estado e agora também outros poderes, reflete o quanto somos passivos. A sensação é que aprendemos a conviver com a corrupção. Que como um câncer incurável temos que nos acostumar a lidar com os seus efeitos colaterais, à espera de que alguém, um dia desses, nos forneça a cura. *Na Capital, covil desses políticos malfeitores, nem mesmo após a prisão de 23 pessoas na Operação Dominó da Polícia Federal, entre elas os presidentes do Tribunal de Justiça e da Assembléia Legislativa, ninguém foi às ruas protestar. Por outro lado, comenta-se que está tudo acertado para a realização de uma grande carreata quando os presos forem libertados. Não duvido. Nas ruas de Porto Velho, transitam centenas de carros com adesivos gigantescos desses políticos acusados de corrupção. *Dias desses topei com a deputada Helen Rute, - a porta voz dos deputados acusados de cobrar propina para aprovar emendas - fazendo compras em uma loja e imediatamente dei meia volta e parti. Pensei melhor, retornei e disse bem alto para a vendedora: quando ela sair eu volto. Helen Rute virou e riu para mim, ou melhor, acho que de mim. Involuntariamente rebusquei na memória uma máxima antiga, mas que volta e meia se comprova: “quem ri por último, ri melhor”. *Conclamo a todos a um protesto individual e silencioso: não aceitem apertos de mão dos candidatos envolvidos em corrupção, não os assistam no horário gratuito eleitoral, santinhos e adesivos, nem pensar! E finalmente, não votem neles. *Sei que as grandes mudanças culturais e políticas não ocorrem de uma hora para outra e muito menos de cima para baixo como muita gente pensa. Se o Direito nasce dos fatos, então que sejamos capazes de provocá-los, ainda que nos leve tempo, suor e lágrimas. Ainda que tenhamos que reconhecer e suportar a vergonha das escolhas erradas que fizemos. *lucianadepvh@yahoo.com.br
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