*No mesmo dia em que foi oficializada a chapa à Presidência da República encabeçada pelo senador Pedro Simon (PMDB-SC) e que tem como vice o ex-governador do Rio de Janeiro, Anthony Garotinho, a ala favorável à candidatura própria amargou uma derrota imposta pelos governistas. Hoje, a Executiva Nacional, por 10 votos a 5, decidiu adiar a data da convenção nacional para o dia 29 de junho. O evento estava previsto para ocorrer no dia 11 do mesmo mês.
*Com a manobra, os governistas querem que os estados decidam antes os problemas estaduais e firmem suas coligações. Tendo o quadro definido localmente, fica impraticável uma candidatura do PMDB ao Palácio do Planalto e a convenção nacional ficará esvaziada. Durante a reunião, os ânimos entre os peemedebistas ficaram exaltados. Simon e o deputado federal Jader Barbalho (PA) trocaram ofensas.
*Após a decisão ter sido anunciada, a ala favorável à candidatura própria acusou os governistas de “golpe” e garantiu que entrará na Justiça contra a decisão. A idéia é que vários diretórios estaduais recorram da decisão na Justiça Estadual.
*“Não há condições de fazer as convenções estaduais antes da convenção nacional”, defendeu o presidente do partido, deputado federal Michel Temer (SP). Defendendo “medidas judiciais”, o presidente lembrou a história recente do partido que vem enfrentando constantemente batalhas na Justiça sobre o imbróglio da escolha de um nome ao Palácio do Planalto. “(As brigas judiciais acontecem) desde a primeira convenção do partido, em 2004”, afirmou o presidente.
*“Essa data será alterada na Justiça, mas seja o dia que for nós iremos à convenção”, disparou Garotinho. Mais incisivo, seu companheiro de chapa, Pedro Simon, acusou os governistas de estarem apenas preocupados em ganhar cargos oferecidos pelo Governo Lula. “Segunda-feira (Renan Calheiros, PMDB-AL) vai ganhar o Ministério da Saúde e José Sarney (PMDB-AP) vai ganhar o Ministério dos Transportes”, disparou.