*Eles são um sucesso, mas não têm fama. Não no Brasil. Sérgio Machado, Marcelo Gomes e Karim Aïnouz são de uma geração de diretores brasileiros que surfa na onda da valorização do cinema latino na Europa e nos EUA.
*Aqui, pouca gente viu seus filmes. "Cidade Baixa", de Machado, ocupa um modesto 11º lugar (117,2 mil espectadores) no ranking de bilheteria dos 41 longas brasileiros lançados em 2005.
"Cinema, Aspirinas e Urubus", de Gomes, vem duas posições abaixo, com 70,1 mil espectadores -em torno de 1,3% dos 5,3 milhões de "2 Filhos de Francisco", de Breno Silveira, líder do ano.
Aïnouz, que é co-roteirista de ambos, também fez mais sucesso fora do que dentro do Brasil com seu primeiro longa-metragem, "Madame Satã" (2002).
*"Estou vivendo há um ano e meio das vendas internacionais do meu filme. Ele estreou com mais cópias em Londres do que no Rio de Janeiro", afirma Machado. Em maio, "Cidade Baixa" será lançado nos EUA. De sua agente em Londres, o diretor ouviu que "todas as produtoras querem ter um diretor latino no portfólio porque é uma grife".
*A vez dos latinos se insinuava desde a virada do século, com a produção ganhando fôlego em vários países da região. Mas ela chegou para valer com uma safra de filmes que aliaram prestígio de crítica e sucesso de público.
*O brasileiro "Cidade de Deus" (Fernando Meirelles), o mexicano"E Sua Mãe Também" (Alfonso Cuarón) e o argentino "Nove Rainhas" (Fabián Bielinsky) realizaram a fórmula ideal da indústria de cinema: risco pequeno (foram feitos com pouco dinheiro) e rendimento alto (sucesso de público), além de terem o apreço da crítica especializada.