O presidente Lula recentemente assinou um decreto que aumenta o Bolsa Atleta em 10,86%. Esse programa, que completa 20 anos em 2024, não recebia reajuste há 14 anos.
“O Bolsa Atleta foi criado porque muitos atletas, antes de se tornarem famosos e conseguirem patrocínio privado, não tinham sequer um par de tênis para treinar. O Estado brasileiro e seu governo têm a responsabilidade de apoiar todos os atletas, especialmente aqueles que têm potencial para ganhar medalhas no futuro, se tiverem as condições necessárias para praticar esportes”, disse Lula.
“Se um atleta em uma cidade pequena puder ter um salário que lhe permita consumir as calorias e proteínas necessárias, treinar adequadamente, nadar, correr, lutar; sem essas oportunidades, o país sempre ficará fora das principais competições”, acrescentou o presidente.
Emocionado, Lula relembrou sua participação na cerimônia que escolheu o Rio de Janeiro como sede dos Jogos Olímpicos de 2016 e destacou o compromisso do governo em ajudar o Brasil a subir no quadro de medalhas.
Ele enfatizou que, mesmo sem ganhar uma medalha, o valor está na dedicação, esforço e perseverança dos atletas. Lula afirmou que o esporte ajuda a manter os jovens longe das drogas e da promiscuidade.
Os Jogos Olímpicos começam hoje (26) e vão até 11 de agosto. A delegação brasileira conta com 277 atletas, sendo 153 mulheres e 124 homens. As Paralimpíadas ocorrem de 28 de agosto a 8 de setembro, com 124 atletas brasileiros.
Lula foi convidado pelo presidente francês, Emmanuel Macron, para acompanhar o evento, mas não irá a Paris. O ministro do Esporte, André Fufuca, e a primeira-dama, Janja Lula da Silva, representarão o Brasil. “Vou assistir às Olimpíadas pelos olhos da Janja”, disse o presidente.
Representatividade
Atualmente, mais de 9 mil atletas recebem o Bolsa Atleta, que varia de R$ 370 a R$ 15 mil. Os novos valores, reajustados, serão pagos a partir de agosto para todas as categorias do programa: Estudantil, Base, Nacional, Internacional e Olímpica/Paralímpica.
O reajuste também inclui a Bolsa Pódio, destinada a atletas classificados entre os 20 melhores do ranking mundial e com chances de medalha em grandes eventos internacionais.
A judoca Rafaela Silva, beneficiária do programa há 15 anos, vai participar de sua terceira olimpíada. Ela destacou a importância do Bolsa Atleta para proporcionar segurança e tranquilidade aos atletas, permitindo-lhes focar exclusivamente no treinamento e na preparação para competições.
Rafaela possui uma carreira de sucesso, tendo se tornado campeã mundial sub-20 em 2008 e
conquistado o ouro nas Olimpíadas do Rio em 2016.
Mizael Conrado, ex-atleta paralímpico e presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), ressaltou que o Bolsa Atleta é crucial para a formação de atletas de elite no Brasil. Muitos medalhistas são beneficiários do programa.
Em 2021, dos mais de 300 atletas brasileiros nas Olimpíadas de Tóquio, 242 recebiam a bolsa. Nos Jogos Pan-Americanos e Parapan-americanos de Santiago, em 2023, 90% dos medalhistas contavam com o auxílio.
Conrado enfatizou que o esporte promove cidadania, especialmente para brasileiros com deficiência, que muitas vezes são invisíveis na sociedade.
Ele agradeceu o apoio do governo ao CPB e destacou a melhora no desempenho dos atletas paralímpicos brasileiros, que saíram do 24º lugar em Sydney, em 2000, para o sétimo lugar em Tóquio, em 2021.
“O Bolsa Atleta garante condições para que os atletas possam treinar e representar o país, além de assegurar dignidade e alimentação adequada para melhor desempenho. Espero que em Paris, continuemos a alcançar vitórias”, concluiu.
*Com informações de Andreia Verdélio – Agência Brasil