Fifa ignora pedido de um minuto de silêncio em jogo entre Argentina e Irã

Um pedido de realização de um minuto de silêncio antes da partida Argentina x Irã, pela segunda rodada da primeira fase do Grupo F da Copa do Mundo, neste sábado (21), causou constrangimento à cúpula da Fifa.

Fifa ignora pedido de um minuto de silêncio em jogo entre Argentina e Irã

Foto: Divulgação

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Um pedido de realização de um minuto de silêncio antes da partida Argentina x Irã, pela segunda rodada da primeira fase do Grupo F da Copa do Mundo, neste sábado (21), causou constrangimento à cúpula da Fifa. 

A entidade futebolística recebeu carta do Congresso Judaico Latino-Americano, encaminhada para o presidente Joseph Blatter e protocolada em sua sede em Genebra, solicitando o ato em memória às vítimas do atentado terrorista ocorrido na Associação Mutual Israelita Argentina (Amia), crime que no dia 18 de julho irá completar 20 anos. E não deu resposta. 

Uma funcionária da Fifa, demonstrando constrangimento com o pedido, afirmou ao R7 que não acredita em uma manifestação a este respeito, vinda da entidade que rege o futebol mundial. 

Segundo ela, há o receio de que, com a solicitação acatada, vários grupos de vítimas de brutalidades semelhantes poderiam reivindicar o mesmo direito. 

Nesta linha de pensamento, tal atitude desviaria o foco da instituição, que visa promover o futebol como instrumento de integração entre os povos. 

—Ficamos muito sensibilizados com a tragédia. Mas a Fifa estaria abrindo uma exceção ao realizar este minuto de silêncio. 

Na ocasião, a explosão de um carro-bomba destruiu as instalações do edifício da Amia, deixando 85 mortos e mais de 300 feridos, a maioria de origem judaica. Até hoje ninguém foi punido pelo atentado. 

Pelo comunicado enviado aos organizadores da Copa do Mundo de 2014, o Congresso Judaico Latino-Americano acredita que a ocasião seria propícia para este momento solene. 

— A partida de futebol entre Argentina e Irã, programada para o próximo dia 21 de junho, colocará frente a frente os dois países.  O primeiro, vítima do atentado; o segundo, o acusado de ser o mandante e executor, embora negue e não assuma esta responsabilidade. 

A instituição judaica, com sede em Buenos Aires e reconhecimento internacional, considera que a lembrança do ocorrido seria uma contribuição para a promoção da paz, do diálogo e da convivência entre os povos, devido à repercussão e à influência de uma Copa do Mundo. 

— Este ato simbólico servirá como exemplo para que a sociedade estimule a paz e combata com veemência a violência e a intolerância. 

Autoridades argentinas, entre elas o promotor Alberto Nisman, consideraram que membros do governo iraniano foram os responsáveis pela ação criminosa. O Irã, por sua vez, refuta a acusação, afirmando que tal argumentação carece de fundamento jurídico. 

Em apoio à iniciativa do Congresso Judaico Latino-Americano, jovens da comunidade judaica do Rio de Janeiro e de São Paulo, por meio das redes sociais, criaram o Movimento ‘#1minutopelaamia’, que fará manifestações, em ambas as cidades, instantes antes do jogo.

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