Prostitutas de Fortaleza sofrem com gringos na Copa: 'porcos e pães duros'
Foto: Divulgação
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Com dois jogos em quatro dias, Fortaleza viveu intensamente o clima de Copa do Mundo. Os turistas espalhados pelas ruas ajudaram a aquecer o comércio e aumentar o faturamento de vários tipos de prestadores de serviços. Nem todos, no entanto, conseguiram aproveitar o momento como previsto. Figuras marcantes da orla da capital cearense, as prostitutas reclamaram bastante desta primeira semana de Mundial.
Longe do faturamento estimado, as garotas de programa apontaram dificuldade no relacionamento com os gringos e criticaram os grupos de mexicanos e uruguaios que passaram por Fortaleza recentemente.
"Para nós, não adiantou muito a cidade lotada. Os brasileiros estavam preocupados em beber e comer em restaurantes, já os gringos são porcos e nunca querem gastar dinheiro. Reclamam do nosso preço, do hotel que precisam pagar. Não estamos satisfeitas", relatou uma menina que se identificou apenas como Bruna.
Ela ainda viu o coro endossado por outras colegas de trabalho. "Os caras chegam sujos e acham que somos obrigadas a sair com eles. Eu não sabia que seria assim. Bebem o dia inteiro, ficam bêbados e não gastam dinheiro com a gente", reclamou Nicole, que trabalha como prostituta na orla de Fortaleza há seis anos.
As garotas ainda rechaçam a hipótese de que a elevação dos preços possa ter causado o distanciamento de novos clientes.
"Atendi alguns brasileiros, mas nada perto do que imaginei. É claro que o preço aumentou, mas não foi isso que diminuiu o movimento. Antes, cobrava 70. Agora estou fazendo [programa] por 120. Não considero caro. Eles pagam muito mais em bebida e ingresso", reclamou outra menina, que trabalha na Praia de Iracema.
A Associação de Prostitutas do Ceará (Aproce) disse não ter uma estatística atualizada que confirme os baixos números nos primeiros dias de Copa, mas revelou ter ouvido reclamações de algumas meninas.
Sem querer se identificar, uma representante da associação ainda acusou a Polícia de dificultar o trabalho na orla da Avenida Beira Mar, principal ponto de concentração de hotéis e turistas em Fortaleza. Segundo ela, os agentes públicos pediam para as prostitutas ficarem em ruas próximas, dificultando o trabalho.
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