João Tagino diz que errou e planeja voltar ao Dakar em 2010

Da Redação

13 de Janeiro de 2009 às 14:32

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João Tagino diz que errou e planeja voltar ao Dakar em 2010

Foto: Divulgação

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João Tagino sabe onde errou e assume seu erro com a voz indicando o sofrimento de encerrar o sonho de completar o Rally Dakar na segunda especial da edição 2009 do maior rali do mundo. O que tirou o piloto de Rondônia de sua estréia na prova foi o que dá para a maioria dos competidores a vitória: velocidade. “Eu nunca abandonei uma prova, seja por problema mecânico, seja por acidente. Essa foi a primeira vez, e espero que seja a única”, falou Tagino ao Webventure.

Ele explica, já de volta ao Brasil, que o bom desempenho no primeiro dia de Dakar o deixou empolgado para acelerar no percurso que tirou também Dimas Mattos e Carlos Ambrósio da prova. “Pelo fato de ser uma prova de velocidade, você tem que andar rápido e eu acelerei e me senti bem, o que eu não deveria ter feito. Ultrapassei muitas motos até o abastecimento e terminei o dia na 107ª posição, sendo que eu larguei na 201ª”, relembrou ele sobre o primeiro dia de rali. “Foi um dia gostoso, é uma sensação indescritível terminar o primeiro dia de Dakar, que nos realiza profundamente”, completou.

A empolgação veio no dia 4 de janeiro, quando ele partiu para seu segundo desafio no rali. “Esse dia já tinha navegação por bússola, deserto, já tinha mais perigos e dificuldades e eu fui no mesmo ritmo do dia anterior, tentando acelerar mais, fazer ultrapassagens e por volta do quilômetro 105 fui ultrapassar uma moto e bati em alguma coisa muito dura e fui jogado. Não lembro mais o que ocorreu, só no hospital”, explicou Tagino que acordou na sala de Raio-X.

As lesões e a frustração - O acidente lhe causou um deslocamento do ombro, que não foi grave, uma lesão no rim que causa ainda dificuldades para urinar, mas que, de acordo com o médico, é normal devido à pancada forte, e uma lesão na bacia.

A frustração é inevitável para João. Ele se preparou por um ano para ir para a competição. Teve intenso trabalho físico e técnico, além da dificuldade que foi viabilizar a sua ida para a Argentina e Chile por meio de patrocinadores. “Fiz minha inscrição e depois corri atrás de patrocínio. Fiz seis meses de academia. Todos os dias às 5h da manhã eu estava lá ‘ralando’. Isso dói muito na gente, por esse investimento físico, emocional, familiar e financeiro muito grande e fazer dois dias de corrida”.

“As pessoas que estavam me acompanhando sabiam que eu tinha na minha mente que eu iria andar devagar. Eu falava isso para as pessoas e tentava colocar isso dentro de mim. Ocorre que quando você larga você tem que ter o preparo em sua mente para ser ultrapassado, para deixar os pilotos te passarem e depois, lá na frente, você os busca. Eu me empolguei com meu lado de competidor e não deixei as pessoas me ultrapassarem, quis ultrapassar”, comentou Tagino. “Tenho certeza que o erro foi meu”.

Mas nem toda a chateação do abandono de prova o fez desistir do sonho. “Estou decidido a batalhar para ir novamente em 2010, seja na América do Sul ou seja na África. Tenho até a convicção de que vai ser mais difícil por conta dos patrocinadores. E minha esposa também não quer que eu vá porque é um rali muito perigoso. Mas eu vou tentar estar lá em 2010 para completar o rali, que está entalado na minha garganta”, completou.

Por três dias, Tagino acompanhou a caravana do Dakar na Argentina, que já seguia os caminhos para Valparaíso, no Chile, mas retornou ao Brasil após esse período. “Acompanhei a prova ainda, mas é muito ruim você acompanhá-la tendo feito parte dela. É preferível você voltar para casa”.

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