O Mero abre também pavimento superior do Palácio Presidente Vargas para visitação pública
Foto: Divulgação
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O hall de entrada apresenta a exposição “Museu e Palácio: Trajetórias” e o salão nobre recebe “Rondônia: afetividade poética do lugar”, do fotógrafo Ederson Lauri, ocupação museal premiada no edital de concurso Nº. 003/2018/CEL/SUPEL/RO.
Depois de passar por um processo de manutenção e a realização de pequenos reparos, a população volta a acessar a exposição de longa duração “Descamação Celular” da artista plástica Rita Queiroz, além de visitar a histórica “Sala do Governador” e contemplar a vista panorâmica do centro histórico de Porto Velho.
A atividade está inserida no projeto Domingo no Museu que consiste na abertura do MERO no último domingo de cada mês, das 9h às 12h, com disponibilização da programação mensal para o público que não consegue acessar os serviços oferecidos no horário comercial.
Na área externa do Museu, serão realizadas atividades recreativas e brincadeiras como contação de história e caça ao tesouro. Estará também disponível a parte do gramado para famílias que queiram realizar piquenique.
No auditório, como uma sala alternativa de cinema, será exibido o documentário “Vozes da Memória”, filme do mês no Cinemuseu. Um diferencial dessa exibição de domingo é que ela contemplará também as pessoas com deficiência visual, pois será projetada uma versão com audiodescrição.
Outro espaço que está ganhando destaque, é a sala do educativo. Não apenas crianças, mas quem gosta de jogos e outras atividades educativas têm desfrutado da programação deste ambiente.
“O Domingo no Museu surge do compromisso do governo do estado de Rondônia em promover o desenvolvimento do patrimônio cultural, garantindo o direito à cultura e acesso aos bens culturais, também como atividade de lazer e entretenimento aos rondonienses nos finais de semana” Afirma Nery Rodrigues, gestor da Fundação Cultural do Estado de Rondônia.
Exposição “Museu e Palácio: Trajetórias”
No hall da entrada principal, com acesso pela entrada das escadarias, a exposição pretende apresentar o caminho percorrido pelo Museu Estadual de Rondônia e o momento em que sua história se encontra com o Palácio Presidente Vargas.
Por um lado, o monumental Palácio carrega a identidade de sede histórica do poder executivo e é assim reconhecido por grande parte da população. Por outro, as memórias referentes ao museu estadual são fragmentadas em diferentes episódios, nomes e locais.
Segundo Liliane Sayonara, diretora do museu, “Quando as pessoas descobrem que a edificação foi destinada a receber o museu, é comum ouvir perguntas como: Este museu é o mesmo que estava no prédio do relógio? O que aconteceu com o museu que existia na [Avenida] Sete de Setembro? Essa exposição ao passo que tem um caráter didático, tem também uma proposta interativa de construção coletiva da memória acerca deste lugar que é referencial de política, patrimônio e da cultura rondoniense.”
Exposição “Rondônia: afetividade poética do lugar”
A exposição “Rondônia: afetividade poética do lugar”, do fotógrafo Ederson Lauri, contemplada pelo EDITAL nº 003/2018/CEL/SUPEL/RO/Fundação Cultural do Estado de Rondônia - FUNCER, é alicerçada no livro de mesmo nome - com curadoria de Rosely Nakagawa-, publicado em 2021, durante o período pandêmico. A narrativa optou por representar uma Rondônia que é gestada na constante dilatação das fronteiras geográficas oficiais e delineada pela fluidez e interação dos diversos povos e contextos. O esforço de representar o “lugar”, conceito central na geografia humanista, é amalgamado pela proposta fotográfica de “bem querer”, que se propõe a retratar os sujeitos em sua máxima dignidade e resistência, testemunhas das experiências e vivências dos povos amazônicos e seu fazer cotidiano.
As fotografias foram registradas durante a participação em distintas regiões do estado de Rondônia, sul do Amazonas e noroeste do Mato Grosso, buscando demonstrar a estreita ligação do homem com o espaço, suas vivências, resiliência e manifestações de afetividade que emanam com extrema riqueza nos lugares invisibilizados pelas narrativas hegemônicas. Estão retratados nas fotografias: povos indígenas, extrativistas, população camponesa; suas comunidades, moradias, escolas e a relação estreita com o meio ambiente e a preservação da vida e dos ecossistemas.
Parte das obras já foi utilizada por pesquisadores das ciências humanas, movimentos e sujeitos registrados, demonstrando sua relevância acadêmica e afetiva. Esperamos que a exposição contribua para a ampliação documental do estado e estimule novas pesquisas, principalmente por fotógrafos e fotógrafas independentes locais e proporcione acesso a formas alternativas de narrativas visuais, ensejando reflexões atinentes aos povos e realidades distintas.
Para Ederson Lauri, “Cada história contada por trás das fotografias evidencia formas de se relacionar com o ambiente e todo o conhecimento produzido dessa conformação, de forma a valorizar a cultura e identidade de Rondônia”.
Coleção “Descamação Celular”
Na sala 08 encontramos a grande coleção da artista plástica Rita Queiroz, toda exposição foi baseada nas lembranças e infância da artista, que segundo ela pouco sobrou daquela realidade. Essa exposição também traz uma analogia à trajetória da artista pela Amazônia, onde ela reflete a cultura da sociedade ribeirinha nesse espaço. A coleção “Descamação Celular”, guarda relação com a vasta experiência que a artista adquiriu com seus inúmeros trabalhos artísticos, culturais e sociais realizados junto às comunidades ribeirinhas do Estado de Rondônia.
Além de representar um processo de renovação, mudança e transformação, a coleção surgiu a partir de uma necessidade de manifestar sentimentos de frustração e decepção pela luta de valorização da arte no nosso país.
Recentemente a sala passou por alguns reparos, como instalação de ar condicionados, película para controle de luminosidade, pintura e instalação de um computador com acesso a internet.
Rita Queiroz, atualmente mora em Goiânia, mas está na cidade e participará do Lançamento da reabertura do pavimento superior do museu no próximo dia 26/02 - domingo. Em visita técnica às instalações, Rita demonstra satisfação com o que viu: “Foi maravilhoso pra mim, me senti feliz, ótima. Porque o Museu não era adaptado para um trabalho deste tamanho. Sei que de agora em diante as coisas vão pra frente e tenho absoluta certeza eu esse governo vai dar muito apoio porque o museu ele precisa mesmo desse apoio maior, porque ele está no mundo ele não está só em Porto Velho.”
A sala que abriga a Coleção Descamação Celular, se divide em 4 partes: a primeira é uma sala exclusiva para pesquisa, nela contém as premiações, certificados, álbuns de fotografia pessoais, entre outros. Nos outros ambientes, encontramos a junção de vários projetos como “Marcas da Amazônia”, “Andando pelas Picadas”, “Arte e Vida Rio Madeira”, cada espaço contém instalações com esculturas em retalhos de roupas e panos da própria pintora o que simboliza a descamação de sua própria pele, de sua própria história.
Rita Queiroz conclui: “Eu vejo que de agora em diante, o museu vai ter informações não só minhas mas de tudo que existe no Museu e é o que mais nós lutamos esses anos todos é que tenha informação para nova geração porque assim a nossa história vai ficar uma história realmente bem contada. Então eu acho que o museu tem todo esse equilíbrio de mostrar realmente o que é a história nossa, do estado de Rondônia.”
“Visitação Sala do Governador”
Sala 14 - A experiência “Sala do Governador” não se trata de uma exposição, mas um espaço visitável: o ambiente no qual os governantes que administravam o Estado de Rondônia tomavam as decisões para a população rondoniense até 2015. Através da visitação, será possível ver detalhes inéditos sobre o Gabinete do Governador.
Vista panorâmica
Um dos atrativos é a visita à varanda do Palácio que permite uma visão panorâmica do centro histórico da cidade de Porto Velho, de onde é possível visualizar os prédios históricos do antigo Porto Velho Hotel (UNIR Centro), Mercado Cultural, Catedral, Prédio da Administração da EFMM (Prédio do Relógio) e Loja Maçônica, mas também o Rio Madeira e intervenções contemporâneas como a Usina Hidrelétrica de Santo Antônio.
Educativo
A sala 02 - coordenada pelo Núcleo de Educação Patrimonial e Cultura do Museu, é destinada às atividades educativas desenvolvidas para potencializar o processo de educação patrimonial através da ludicidade. Brincadeiras, jogos e experiências reforçam conceitos e informações presentes nas exposições. Essa programação é oferecida especialmente às crianças e adolescentes presentes no Domingo no Museu e estudantes participantes das visitas escolares agendadas.
“Desenvolvemos um protótipo de jogo de tabuleiro relacionado aos acervos e temas do próprio do Museu e estamos experimentando com nosso público. Todos podem, após jogar, registrar suas impressões, sugestões e avaliação do jogo. Após um período de testes, teremos um produto desenvolvido coletivamente e que levaremos para o Museu Itinerante” celebra Andressa Oliveira, responsável pelo educativo do Museu.
Cinemuseu “Vozes da Memória”
Vozes da Memória, documentário de Raissa Dourado, produção local contemplada com o Edital de audiovisual Lidio Sohn, trata-se do 1º Prêmio de Cinema da Superintendência da Juventude, Cultura, Esporte e Lazer - Sejucel, do Governo do Estado de Rondônia. O filme confronta o antigo e o novo, com a finalidade de oferecer um documento audiovisual sobre a formação da identidade cultural da área urbana da capital. Vozes da Memória, através do registro audiovisual, mostra o olhar contemporâneo da história a partir das vozes da periferia, da juventude, dos artistas, das comunidades indígenas, dos ribeirinhos e imigrantes. Na reexibição será projetada uma versão com audiodescrição proporcionando acesso às pessoas com deficiência visual no cinema.
Em seguida, o bate-papo com a diretora Raíssa Dourado, oportuniza diálogo entre público e produção do filme.
O Cinemuseu é uma ação educativa com vistas à formação de plateia e difusão das produções cinematográficas regionais.
Piquenique
A finalidade histórica do Palácio carrega a formalidade e rigor que, inclusive por questões de segurança, fazem parte de prédios que reúnem autoridades. E, de certo modo, caracterizam um certo distanciamento pela comunidade. Ao se tornar Museu, novos significados e ocupações têm sido experimentados pela população neste espaço. Um deles é o piquenique no Museu, quando o gramado fica livre para que as famílias se acomodem e vivenciem momentos agradáveis, ao ar livre, e se sintam confortáveis para apropriar-se de um lugar que é seu, cheio de história e de possibilidades para escrita de novas memórias.
Além dessas novidades, permanecem abertas as exposições: “Made in Santa”, “Conhecendo o Museu da Memória Rondoniense” e “Dia de Feira” com entrada pela Dom Pedro II. O acesso ao museu e todas suas atividades são gratuitas e de classificação livre.
Pré-lançamento
Na sexta-feira, dia 24, às 10h, a Fundação Cultural do Estado de Rondônia - FUNCER promove para imprensa e convidados, o pré-lançamento das novas exposições e abertura dos espaços visitáveis no pavimento superior com o objetivo de favorecer ampla divulgação e informar a comunidade da programação oferecida pelo Museu da Memória Rondoniense. O evento contará com a presença de autoridades e dos artistas com exposições disponíveis no Museu: Rita Queiroz, artista plástica, e o fotógrafo Ederson Lauri
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