EM CARTAZ - Não se faz mais filmes de gangster como antigamente – Por Humberto Oliveira

Da Redação

05 de Fevereiro de 2013 às 05:00

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EM CARTAZ - Não se faz mais filmes de gangster como antigamente – Por Humberto Oliveira

Foto: Divulgação

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Ao assistir Caça aos gângsteres, superprodução dirigida por Ruben Fleischer e estrelada por Sean Penn (Milk), Josh Brolin (Onde os fracos não têm vez), Emma Stone (O espetacular Homem Aranha), e o novo queridinho de Hollywood, Ryan Gosling (Drive), a constatação é apenas uma: Que saudade de filmes clássicos do gênero como Os Intocáveis e Los Angeles Cidade Proibida, ou obras primas, como os insuperáveis O Poderoso Chefão e Era uma vez na América. Se ao menos Caça aos gângsteres imitasse alguns destes filmes, que nada, não existe uma ideia original neste longa metragem, cujo fracasso parece tão inevitável quanto o crescimento do crime organizado.

Caça aos gângsteres, apesar de um elenco estrelar e de uma ótima direção de arte, não passa mesmo de um amontoado de clichês (o tira durão, o mafioso malvado, a mulher fatal, mas de bom coração, grupo de homens que nada tem em comum, mas que se juntam para fazer justiça). O diretor, que se saiu muito bem com a divertida comédia Zumbilândia mostrou que seu talento é mesmo para produções menos ambiciosas.

A empreitada de Fleischer se mostrou apenas um mal alinhavado de cenas de ação, que mais parecem um pastiche de filmes muito melhores, como os citados acima. Por causa dos clichês a história – baseada em fatos reais, não decola, não empolga e pouca coisa realmente se salva desta colcha de retalhos. Confesso que era enorme a minha expectativa quanto ao filme, mas a exemplo de outras produções na mesma linha, como Os Infratores e O homem da Máfia, que também ficaram aquém do esperado. Pelo menos para mim, que sou fã de filmes de gângsteres.

A trama se desenrola no final dos anos 1940 e acompanha a ascensão de um mafioso violento, Mickey Cohen (Penn) e seu reinado de terror na chamada “Cidade dos Anjos”. Mas no caminho do gângster surge o esquadrão especial formado por policiais do departamento de polícia de Los Angeles. Liderada por John O'Mara (Brolin), que declara guerra ao gângster, mas a luta não é fácil. O’Mara, apesar de ser um “tira durão”, segue sempre os conselho da mulher. A partir da formação do grupo, o conflito se torna inevitável, assim como o esquematismo das cenas regadas a muitos tiros e sangue, porém, salta aos olhos o artificialismo das sequencias que abusam da câmara lenta.

Na dúvida, corra para a locadora mais próxima e procure títulos que realmente dignos do gênero. Os já citados Los Angeles, cidade proibida, que curiosamente mostra um pouco da trajetória de Mickey Chen, a trilogia O Poderoso Chefão, Os bons companheiros, Cassino e Os Infiltrados, os três dirigidos por Martin Scorsese, Inimigos Públicos, de Michael Mann e Inimigo Público nº 1, dirigido por John Milius, ambos sobre gângster que adorava cinema, John Dillinger. Nesta lista posso incluir ainda, Os Intocáveis, de Brian Di Palma, baseado na série dos anos 60, Bonnie e Clyde, uma rajada de balas, de Arthur Penn, O Ajuste final, dos irmãos Ethan e Joel Cohen, e claro, os clássicos (estes mais difíceis de encontrar): Fúria sanguinária, Alma no lodo, Floresta petrificada, Seu último refúgio, Heróis esquecidos, Scarface – a vergonha de uma nação (refilmado por De Palma,que também realizou outro filme do gênero - O pagamento final), e tantos outros estrelados por astros e ícones do gênero, como James Cagney, Paul Muni, Edward J. Robson, Bogart, e tantos outros.

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