Carnaval devia ser mais incentivado – Por Professor Nazareno

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Foto: Divulgação

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Como é tempo de folia, eu estava em um retiro. Depois que aceitei o Senhor Jesus em minha vida, não posso mais perder uma única oportunidade para ler a Bíblia e refletir sobre a santa palavra de Deus. Embora se tenha a certeza de que o Senhor está sempre presente nessas reuniões espirituais, não há como deixar de prestigiar a grande explosão de cultura, civismo e folclore que é o carnaval de Porto Velho. Do “santo retiro”, poderia ter ido direto ao Rio de Janeiro ou mesmo até Salvador a fim de apreciar as festas de Momo, mas perder o “carnaval Karipuna” chega a ser um pecado imperdoável tendo em vista a organização, o desprendimento, a civilidade, a modernidade, a fraternidade, o espírito festivo e a garra com que esta grande festa popular é realizada por aqui. Nunca entendi por que Porto Velho e o seu carnaval ainda não figuram nos grandes circuitos internacionais da folia. Da Europa aos Estados Unidos, do Japão à América Latina e praticamente em todo o território nacional, não se fala de outra coisa neste mês de fevereiro que não sejam as festividades que acontecem na bela capital de Rondônia.
Por isso, o Poder Público local bem que poderia colaborar um pouco mais com a alegria. Doar apenas 700 mil reais das verbas públicas para animar essa festa chega a ser algo absurdo, ridículo, incompreensível até. O incansável guerreiro Governador Confúcio Moura e o insubstituível e estimado líder Prefeito Roberto Sobrinho junto a seus inteligentes e bem intencionados assessores bem que deveriam rever esta quantia para os próximos anos. Claro que o nosso rico Estado ou a Prefeitura do município poderiam ter disponibilizado uma quantia dez vezes maior. Os foliões agradeceriam, já que precisamos de circo também. A vida tem sido muito dura, mas graças a Deus temos autoridades sempre empenhadas em resolver os nossos mais elementares problemas. Crises sociais não se observam por aqui já faz um bom tempo. Nossos serviços públicos são de primeiríssima qualidade, há hospitais bem equipados, ruas floridas, limpas e cheirosas, segurança total na cidade e dessa maneira, abandonar um retiro para apreciar o carnaval e encontrar vários amigos durante esta inocente festa não pode ser pecado.
A explosão folclórica começou com o bloco Galo da Meia Noite na quinta-feira, dia 16. Músicas belíssimas e com importantes significados filosóficos, estandarte de ouro, passistas sincronizados, cantores afinadíssimos, euforia controlada e nenhuma violência. No sábado, foi a vez da maior banda de rua da região Norte do país encantar a todos com os seus quase 200 mil brincantes. Meia cidade praticamente estava na avenida. Recorde absoluto de participantes. Manchetes glamourosas, SECEL em delírio, inteligentes colunistas de cultura entusiasmados e eternizando cada momento, autoridades se confraternizando com o povão, otimismo, nenhuma sujeira, tapumes nas lojas. Viam-se famílias inteiras com suas crianças prestigiando aquilo tudo, pessoas fazendo coraçõezinhos com as mãos. Parecia uma cópia do Paraíso. Muitos foliões juram ter visto coelhinhos saltitantes e borboletas azuis durante o desfile. O Senhor só podia estar ali também naquele ambiente sadio e quase santo. E já que alguns tolos rondonienses pensam em transformar uma velha, inútil e abandonada ferrovia, a EFMM, em Patrimônio da Humanidade, o Vaticano bem que poderia olhar para o nosso carnaval e canonizar muita gente. Em Rondônia devem existir muitos santos esquecidos pelas autoridades eclesiásticas de Roma.
Sendo assim, a Banda do Vai Quem Quer, que é um monumento vivo, deveria ser também transformada em alguma espécie de patrimônio. Quase duzentas mil pessoas, todas politizadas e participativas da vida política e social do lugar, não se encontram facilmente. A heróica paciência cabocla agradeceria tal pleito. Aqui se pensa tudo igual, que beleza! Os viadutos inacabados do Trevo do Roque, as hidrelétricas, construídas apenas para agradar os forâneos, a eterna sujeira da capital dos rondonienses, a desnecessária ponte sobre o Madeira, o Mercado Cultural, a Unir, as Três Caixas D’água, o inigualável e belo símbolo da capital, a Catedral, os inacabados CPA e Teatro Estadual e o imponente, asseado e majestoso porto do Cai N’água poderiam também figurar numa interminável lista “made in Rondônia” para virarem Patrimônio da Humanidade. Particularmente eu indicaria a Assembleia Legislativa do Estado de Rondônia nesta lista. Não o prédio, mas o ambiente da “Casa de Leis” mesmo e suas sessões ordinárias pelo glorioso trabalho que tem prestado ao humilde povo rondoniense.
Outro ponto alto das festas de Momo em Porto Velho deviam ser os desfiles das escolas de samba da cidade que neste ano foi “burocraticamente” adiado. Ou seja, em Rondônia só há desfile depois do carnaval. Nada anormal para um lugar em que a Semana Santa é encenada em junho, constroem-se pontes desnecessárias, comemora-se a data maior do Estado em dois meses diferentes, humoristas são levados a sério e políticos, na brincadeira. Muitos dizem que essas escolas de samba sempre serviram de inspiração para as suas homônimas do Rio de Janeiro e de São Paulo, por isso desfilam sem ser carnaval só para chamar mais a atenção do mundo. Na passarela, encenam um espetáculo de rara beleza e encantamento que chega a emocionar o enorme público que paga para se deliciar com aquilo. Carros alegóricos muito bem feitos e milimetricamente postados na avenida, comissão de frente, mestre-sala e porta-bandeira, baianas, sambistas afinados, belas e politizadas músicas, lindas mulatas sambando como ninguém, temas extremamente pertinentes e cadenciados, jurados excepcionais. É só festa.
O samba só pode ter sido inventado em Porto Velho, não resta a menor dúvida. Perder o desfile adiado é um crime de lesa-pátria. Uma demonstração de falta de amor a Rondônia e a Porto Velho. Mas não entendi por que a Assembleia Legislativa de Rondônia, a Casa do Povo, não será representada na avenida. Lugar de políticos honestos e trabalhadores e onde nunca houve roubalheira nem negócios escusos, a ALE poderia ter escalado alguns de seus membros para sambar na avenida já que muitos deles adoram fazer o povo dançar. E agora com 542 milhões de reais em empréstimos que o nosso Estado receberá de Brasília, certamente essa dança vai continuar firme e forte, pois cada centavo deste será empregado em benefício do nosso sofrido e batalhador habitante, mas que é feliz por ter carnaval. Na avenida haverá uma faixa com os dizeres: “seja altruísta, faça voto de pobreza e aceite morar somente em Rondônia”, o quê ela quer dizer? Por tudo isto, obrigado, Senhor! Dizem que és brasileiro, mas tenho certeza absoluta que és rondoniense e que adoras este lugar abençoado. Somos felizes!
*É Professor em Porto Velho.
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