ARTIGO - O cinema está mais pobre morre aos 86 anos o cineasta Sidney Lumet – Por Humberto Oliveira

Da Redação

12 de Abril de 2011 às 08:38

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ARTIGO - O cinema está mais pobre morre aos 86 anos o cineasta Sidney Lumet – Por Humberto Oliveira

Foto: Divulgação

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Sem dúvida, um dos melhores diretores hollywoodianos morreu com a certeza de dever cumprido, pois deixou uma filmografia com mais de 40 longas metragens dos mais variados gêneros, entre eles, obras primas e emblemáticas dos anos 1970, como “Um dia de cão” (1975), “Rede de Intrigas (1976)” e dirigiu atores como Henry Fonda (Doze homens e uma sentença), Al Pacino (Sérpico), Katharine Hepburn, Ingrid Bergman, Sean Connery, Robert Duvall e Faye Dunaway (Rede de Intrigas), na verdade a lista é enorme.

O último trabalho de Lumet atrás das câmeras foi o excelente “Antes que o diabo saiba que você está morto” (2008), estrelado por Albert Finney, Philip Seymour Hoffman, Ethan Hawke e Marisa Tomei. O filme, dirigido com mestria por um cineasta com mais 80 anos mostra um vigor surpreendente, que causar inveja a muito diretor com a metade da idade de Lumet, que assim como Clint Eastwood, provou que ainda poderia dar conta do recado.

O título é emblemático e transparente, no sentido que o enredo do filme engendra situações, as quais nem mesmo o diabo mencionado no título, também conhecido como lúcifer ou satanás perdoaria. Em outras palavras, impediria os protagonistas de adentrarem em seu mundo, fétido, quente e exalando enxofre. Os irmãos protagonizados por Hoffman e Hawke realmente planejam um assalto à joalheria da própria família, e claro tudo acaba dando errado, graças à entrada de uma terceira pessoa na história. Até Marisa Tomei está bem no filme e dá um show de sensualidade.

Diretor morreu em casa, neste sábado (8 de abril) em Manhattan, Nova York, vítima de linfoma. Lumet foi um dos principais diretores da segunda metade do século XX. A maioria de seus filmes foi realizada em Nova York, cidade em que nasceu e morreu. O cineasta tinha verdadeiro fascínio pela metrópole. Como ele mesmo declarou durante uma entrevista durante o festival de cinema na cidade francesa de Deauville em 2007, “a diversidade de Nova York, seus vários bairros étnicos, suas artes e seus crimes, sua sofisticação e sua corrupção, sua beleza e feiúra".

Em 2005, Lumet ganhou um prêmio honorário da Academia, pelo conjunto da obra. Uma espécie de compensação dada pela Academia pelas quatro indicações ao Oscar, as quais ele não venceu nenhuma. Lumet concorreu pelos filmes "Doze homens e uma sentença" (1957), "Um dia de Cão" (1975), "Rede de intrigas" (1976) e "Armadilha mortal" (1982). O Oscar, inclusive já deu várias mancadas como esta. Apenas para citar um nome – Orson Welles – também foi outro genial cineasta que sempre foi ignorado pela Academia.

Reproduzo aqui um comentário feito pro Lumet em um dos capítulos do livro sobre direção de cinema, que ele escreveu: "Embora a meta de todos os filmes seja entreter, o tipo de filme que acho que vai um passo além obriga o espectador a examinar uma ou outra faceta de sua própria consciência, estimula o pensamento e faz fluir a criatividade."

Sua estreia na direção no cinema fez sucesso imediato com "Doze homens e uma sentença", estrelado por Henry Fonda e Lee J. Cobb. Outro filme emblemático do cineasta é o corrosivo e profético "Rede de intrigas", que descortina os bastidores do mundo da televisão, regido pelos implacáveis índices de audiência. Com inteligência e perspicácia, o diretor construiu mundos envolventes e contou histórias poderosas, que marcaram sua geração.

Com a morte de Sidney Lumet Hollywood fica mais pobre. Mas felizmente os títulos citados neste artigo, estão disponíveis em DVD e em BLU RAY e assim, os fãs do cineasta, como eu, poderão homenageá-lo revendo seus filmes.

CONTATO: humberto2008oliveira@gmail.com

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