CINEMA NACIONAL - ?Casa de Areia? é atração no Cine Veneza, em Porto Velho

Da Redação

06 de Agosto de 2007 às 10:17

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CINEMA NACIONAL - ?Casa de Areia? é atração no Cine Veneza, em Porto Velho

Foto: Divulgação

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*Confira o trailer de ?Casa de Areia? clicando AQUI *--- *PROGRAMA: *Filme: Casa de Areia *Local: Cine Veneza *Horário: 21h00 *Ingresso: R$ 10,00 (Inteira) *Confirmar horário pelo Tel.: 3221-8296 *--- *- Clique nas palavras em negrito para ver foto correspondente. * *Por: Marcos Souza *Por vezes algumas surpresas são inevitáveis nos cinemas da nossa capital, como a estréia por aqui, ainda que atrasada, do filme ?Casa de Areia?, do diretor Andrucha Waddington, que tem no elenco a sua esposa e atriz Fernanda Torres, e a mãe dela e sogra Fernanda Montenegro, ou seja, um trabalho feito em família. *A surpresa é boa pois trata-se de um filme brasileiro, para dar um gás no propalado ?Novo Cinema Nacional? ? que nos últimos tempos deu uma queda na qualidade dos filmes, esse ano pouquíssima coisa escapa de uma cotação boa -, e também para quebrar a hegemonia dos ?blockbusters? (os campeões de bilheteria do cinema norte-americano). *Agora, o que é melhor, é um filme nacional que foge das bobagens infantis e pregoeiras hipócritas da ?politicagem correta? de Xuxa, Eliana e Renato Aragão (Didi), que comumente dividem nossas telas em Porto Velho com a criançada em filmes que deixam muito a desejar, sem esquecer que cansa também ver tanto lugar-comum em histórias que ficam bem abaixo do esperado. *?Casa de Areia? é um drama bonito, e tem a sua origem no olhar contemplativo entre a natureza e as relações humanas a partir de um drama vivido por mãe e filha. *A idéia do filme nasceu a partir de uma conversa entre o produtor Luiz Carlos Barreto e o diretor Andrucha. Luiz Carlos, mas conhecido no meio como ?Barretão?,narrou ao diretor a história sobre a fotografia de uma casa abandonada, parcialmente soterrada pela areia, nas dunas do Nordeste, e como a imagem o inspirava a realização de um filme. *A partir dessa idéia, Andrucha e a roteirista Elena Soárez elaboraram a história do português Vasco (Ruy Guerra) que leva a sua esposa grávida Áurea (Fernanda Torres) e mãe dela, Dona Maria (Fernanda Montenegro) na busca de um sonho, que é viver em terras prósperas, que foram recentemente compradas por ele, mas tudo acaba ? transformando em desespero ? quando ele descobre que, após uma longa e cansativa jornada com uma caravana, o local adquirido é na verdade distante, inóspito e rodeado de areia por todos os lados e sem indicação de civilização por perto. A partir dessa premissa uma série de dramas ocorre na vida do trio, que entra em conflito na busca de sair daquele local. Não posso contar mais para não estragar alguns lances que provocam as reviravoltas da história. *O filme é marcante por trazer pela primeira vez mãe e filha ? as Fernandas ? protagonizando um drama nas telas do cinema. O roteiro de ?Casa de Areia? levou dois anos para ser feito e este é o terceiro filme do diretor Andrucha Waddington ? que é mais conhecido por ser sócio proprietário da Conspiração Filmes e realizador de diversos videoclipes premiados do Paralamas do Sucesso -, antes ele já tinha realizado ?Gêmeas? (1999) e ?Eu Tu Eles? (2000), este último um grande sucesso do cinema nacional, com Regina Casé e Lima Duarte. *O filme pode não agradar à todos pelo tema e mesmo a direção acadêmica de Andrucha, que por vezes se permite levar pela ?síndrome de Jayme Monjardim? (diretor de novelas e minisséries da Globo, que tem mania de gravar imagens da natureza excessivamente contemplativas) tornando por alguns momentos a trama dispersa. Mas a parte técnica é excelente, principalmente no que diz respeito a fotografia, uma das mais elaboradas e bem feitas já realizadas nos últimos anos no cinema brasileiro, ainda que inferior ao impressionante ?Abril Despedaçado? (2001), de Walter Salles Jr.. *O filme foi rodado inteiramente nos lençóis maranhenses, no período de julho à setembro de 2004. *?Casa de Areia? é uma ótima opção para quem já cansou de ver as ?montanhas russas? superproduzidas que o cinemão norte-americano apresenta nas nossas telas e é um pouco de Brasil, visto sobre uma ótica diferente mas sempre interessante. Vale a pena.

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