*Foto/legenda: Músico amazonense Antônio Pereira, o sambista Wilson das Neves e a cantora Paula Santoro
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*Porto Velho recebe nessa quarta-feira (19) o Projeto Pixinguinha 2006 (Funarte), o show acontece na quadra do Sesc/Esplanada, a partir das 21h00, com apresentações do sambista Wilson da Neves, da cantora mineira Paula Santoro e do amazonense Antônio Pereira, que vão apresentar um espetáculo com o repertório extraído da mais plena essência da Música Popular Brasileira.
*Vinculado com uma qualidade acima da média entre os shows que são apresentados em Porto Velho, o Projeto Pixinguinha promove o resgate da memória musical brasileira por meio da realização de espetáculos por todas as capitais estaduais e em mais doze cidades. As apresentações são divididas em quatro diferentes roteiros (as caravanas) que são cumpridos simultaneamente pelas cinco regiões do Brasil. Cada trupe conta com dois artistas ou grupos de reconhecimento nacional e um artista ou grupo indicado pelas Secretarias Estaduais, o que totaliza 256 shows por ano.
*No ano passado o Projeto Pixinguinha foi realizado em um renomado bar da capital, e algumas pessoas chiaram pois foi cobrado ingresso, e no atual formato do projeto o que se pede é a doação de um livro. O público portovelhense pode ficar tranqüilo pois o ingresso é somente a doação de livros.
*O Projeto Pixinguinha foi criado em 1977 e durante esses anos, o projeto passou por crises, modificações em seu formato original e interrupções. No entanto, não foi apagado da memória do público das mais diferentes cidades do país e tampouco da memória dos artistas que dele participaram e, por isso, difundiram seus trabalhos pelo Brasil.
*Confira logo mais, às 21h00, na quadra do Sesc/Esplanada, em Porto Velho. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone 3216-5133. *Confira os artistas do espetáculo:
*- Wilson das Neves, 70 anos, é titular absoluto do ritmo de Chico Buarque, Elizeth Cardoso, Ataulfo Alves - entre tantos considerados monumentos da música popular brasileira. Baterista de reputação inabalável, membro da velha guarda da escola de samba Império Serrano, passou a vida acompanhando músicos renomados.
*Começou a tocar na década de 50 em orquestras e conjuntos. Nos anos 60 foi contratado da Rádio Nacional, como integrante da Orquestra Sinfônica do Teatro Municipal do Rio de Janeiro. Depois de 40 anos de carreira como baterista, resolveu mostrar seu lado compositor, à altura dos muitos que já auxiliou, e em 1996 lançou pela CID o álbum O Som Sagrado de Wilson das Neves, com parcerias suas com Paulo César Pinheiro e Chico Buarque.
*Com sete discos lançados, entre álbuns autorais e participações, como Elza Soares - Baterista: Wilson das Neves (1968), Samba Tropi - Até aí Morreu Neves (1970) e Som quente é o Das Neves (1976) – hoje, Wilson das Neves se destaca como exímio cantor e compositor.
*Brasão de Orfeu (2004), seu último disco como autor e intérprete, traz sambas com melodia própria e letras de parceiros como Paulo César Pinheiro, Aldir Blanc, Nei Lopes, Cláudio Jorge, Ivor Lancelotti e Délcio Carvalho. “Comecei a compor em 1974, observando os mestres que conheci ao longo de minha trajetória como baterista. Cantar mesmo, só depois dos 60 anos, quando gravei meu primeiro disco, Som Sagrado, que agora foi relançado pela Cid. Tive a oportunidade de conviver com Lupicínio, Ataulfo, Elizeth e tantos outros e assimilei um pouquinho de cada um deles”, conta o sambista.
*- Amazonense de Fortaleza do Ituxí, Antônio Pereira, mais conhecido em sua região como Pereira, é cantor e compositor. Com voz inconfundível, cabelos compridos e sandália de couro, passou a dedicar-se profissionalmente à música em 1981, conquistando um público fiel, que lotava as casas noturnas amazonenses para ouvir suas versões muito peculiares de canções de Zé Ramalho, Elomar e Milton Nascimento, entre outros artistas.
*Com três CDs gravados, O Lago das 7 Ilhas (96), Estrada de Barro (1998) e Lendas (2000), Pereira vem estendendo seus shows a todo país, como nos SESCs Pompéia e Ipiranga (São Paulo) e de Santos, em 2004. No mesmo ano, apresentou-se no Centro de Convenções do Anhembi, também em SP, dentro das comemorações do Fórum Mundial da Cultura, acompanhado da cantora conterrânea Lucinha Cabral. Compôs o quadro da primeira edição do Projeto Novo Canto, em Manaus, participando do show de artistas apadrinhados pela Fundação Villa-Lobos, em Niterói/RJ. Em 1991, venceu o VII Festival da Canção de Itacoatiara (AM), com a canção Gaia (parceria com Renato Linhares).
*- A mineira Paula Santoro divide-se entre Belo Horizonte e Rio de Janeiro há sete anos, aperfeiçoando sua formação musical entre os sons do Clube da Esquina e a influência do jazz, do barroco e da MPB. A cantora já fez shows na Alemanha e Inglaterra e, em 1998, participou do Brahma Brasil Festival, durante a Copa do Mundo na França, ao lado de Fernanda Abreu, Paralamas do Sucesso, Gilberto Gil e Skank.
Ainda na Europa, em 2003 apresentou-se com Alcione no projeto Forever Samba, para 2.000 pessoas. Além disso, gravou sete faixas ao tributo a Tom Jobim produzido por Ian Summers e arranjado por Hugh Burns, violonista e arranjador de George Michael.
No Brasil, Paula Santoro se classificou em 3º lugar no 5º Prêmio Visa MPB Edição Vocal 2002, entre 2.000 candidatos. A cantora é conhecida do grande público como a voz que dublou a atriz Maria Fernanda Cândido na minissérie Aquarela do Brasil, na TV Globo.
*Nos anos 80, ainda em Belo Horizonte, iniciou a carreira de cantora e bailarina com o grupo vocal Nós e Voz, em musicais como Manuel, o Audaz e Mulheres de Holanda. Já no Rio de Janeiro, em 1999 atuou, ao lado de Lucinha e Cláudio Lins, no musical Aldir Blanc, um Cara Bacana, dirigido por Cláudio Tovar.
*Seu primeiro disco, Santo, foi lançado em 1996 pela Paradoxx. No ano passado, Paula Santoro lançou o segundo CD, homônimo, pela gravadora Biscoito Fino, no Brasil, e pelo selo Rip Curl Recordings, no Japão. O álbum conta com as participações de Chico Buarque, Toninho Horta, Jaques Morelenbaum, Banda Mantiqueira e Nelson Ângelo, além de outros grandes músicos da MPB, e foi produzido por Rodolfo Stroeter e Rafael Vernet.