Mais do que consultas, o trabalho leva escuta, cuidado e transformação para quem mais precisa.
Foto: Divulgação
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No coração do Distrito de São Carlos, Baixo Madeira, um trabalho silencioso e essencial para dezenas de ribeirinhos vem mudando as realidades de centenas de famílias, também marcadas pelo isolamento e pelo difícil acesso aos serviços públicos de saúde. A figura da liderança desse movimento é o cirurgião-dentista Allan Zeballos, servidor da Secretaria Municipal de Saúde de Porto Velho, que com uma equipe multidisciplinar leva mais do que atendimento odontológico, leva dignidade e esperança para quem mais precisa.
Desafios e impacto do atendimento odontológico itinerante
Enfrentam-se desafios históricos, então, pelas comunidades ribeirinhas da Amazônia para ter acesso a um serviço de saúde bucal, e os motivos incluem: a distância de centros urbanos, a precariedade de transportes e a inexistência de atendimento fixo. Estudos indicam que, nos últimos três anos, quase um quarto dos ribeirinhos não visitaram um dentista e, muitos, jamais tiveram acesso a um desses profissionais, apesar dos esforços nas políticas públicas para ampliar tais serviços na região. Dessa forma, equipes como a do Dr. Zeballos são cruciais para diminuir tais desigualdades e facilitar a integralidade da saúde.
Humanização e acolhimento: Muito além do consultório
O trabalho não se resume a ações clínicas. O Dr. Zeballos frisa a necessidade de atenção não apenas ao tratamento, mas também do vínculo e escuta ao paciente: “A intervenção odontológica é parte da questão, mas mais profunda é a relação. Muitas vezes, essas pessoas só precisam de alguém que as escute”. Esse aspecto do cuidado é fundamental para a população que geralmente está em situação de esquecimento frente ao poder público.
Força do trabalho em equipe
O sucesso das ações depende do esforço coletivo: auxiliares de saúde bucal, profissionais de limpeza, cozinheiros, barqueiros e voluntários locais formam a base logística e emocional da missão. Como ressalta a técnica de saúde bucal Hosana Lopes, “cada sorriso recuperado é resultado do esforço de muitos”. O envolvimento da comunidade fortalece o sentimento de pertencimento e multiplica o impacto positivo.
Histórias que inspiram
O relato de dona Maria José, 64 anos, exemplifica o alcance transformador do projeto: “Eu estava há meses com dor, sem poder mastigar direito. O doutor me tratou com tanto respeito… parecia que eu estava sendo cuidada por um filho.” Além do alívio da dor, o atendimento proporciona educação em saúde, como destaca o pescador João Batista: “Aprendi a escovar os dentes direito. Trouxe meu neto também. Eles não só tratam, mas ensinam.”
* O resultado da enquete não tem caráter científico, é apenas uma pesquisa de opinião pública!