Homem já foi de um lado para outro, nem Semtran nem empresa de transporte sabem como serviço será oferecido e nem onde será local para cadastramento de pessoas com deficiência
Foto: Divulgação/Prefeitura de Porto Velho
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Já não basta todas as dificuldades que as pessoas com deficiência enfrentam todos os dias, como falta de transporte adequado, acessibilidade em calçadas e prédios e tantos outros, que até quando anunciam algum serviço especial, os PCDs sofrem novamente.
É o caso de João Ferreira, de 40 anos, que recentemente perdeu a perna após um acidente de trânsito. Na semana passada, quando a Prefeitura de Porto Velho anunciou que haverá transporte especial de cadeirantes, feito pela empresa JTP Transportes, que tem a concessão do transporte público da capital, ele ficou animado. Porém, ele passou por um verdadeiro suplício.
“Faz uns quatro dias que vi a matéria que a prefeitura anunciou o transporte [de cadeirantes] junto com a empresa. Aí fui no site da Semtran e diz que para você fazer o cadastro, você faz pelo site ou vai diretamente na Semtran. A única coisa que aparece é um formulário que tem que ser preenchido pelo médico”.
O homem segue com o relato da peregrinação: “Eu baixei, fui no Hospital de Base atrás do meu cirurgião vascular, que fez a amputação da minha perna, aí ele preencheu o lado todinho para mim. Aí hoje [quinta-feira, 18] fui até a Semtran para fazer meu cadastro. Chegando lá, a moça do primeiro atendimento disse que não estava nem sabendo como seria feito. Aí um rapaz lá foi chamou e outro se identificou como adjunto do setor”.
E apesar do anúncio feito com pompa e alegria pela prefeitura da capital, ninguém está sabendo direito como o serviço funcionará, nem da Secretaria Municipal de Transportes e Trânsito (Semtran) nem da JTP Transportes.
“Ele me explicou que esse serviço ainda vai ser implantado daqui a 40 dias, mas que o cadastro está sendo feito pelo site. Perguntei para ele qual era e ele não sabia me dizer. Aí pediu que eu procurasse a empresa de ônibus para fazer o cadastro. Fui lá na empresa de ônibus no Tudo Aqui e eles nem sabiam que esse serviço existia”, observou João.
Telefone que deveria servir para dar informações para PCDs, não informa ninguém; atendentes não tem conhecimento do serviço anunciado pela própria prefeitura e JTP Transportes - Reprodução de tela
E ele continua o desabafo: “Liguei no 0800 da empresa e eles nem sabiam que esse serviço existia nem qual era o site. Eles estão divulgando o serviço, mas não estão dando como a gente faz para se inscrever, porque a gente vai na Semtram, com todos os documentos, mas eles nem sabem como vai ser esse cadastro. Aí falam pra gente ir pro site, mas ninguém sabe qual é”.
Segundo João contou ao Rondoniaovivo, o único cadastro que está sendo feito na Semtran é para estacionamento de deficientes. “É o único que estão fazendo lá e o rapaz até pediu para eu ir lá no setor”, disse ele.
A reportagem do jornal eletrônico acessou o link fornecido pela prefeitura para o tal cadastramento. Realmente só há um PDF, que deve ser baixado pelo cadeirante e preenchido por um médico (VEJA ARQUIVO NO FINAL DESTA REPORTAGEM).
Agora imagine só, uma pessoa com deficiência, ter que sair de casa, enfrentar toda essa burocracia para poder ter acesso a um transporte que só estará disponível daqui a 40 dias ou mais?
Questionamentos
O jornal eletrônico entrou em contato com a Semtran, por meio da Superintendência de Municipal de Comunicação (SMC), e até o momento não houve respostas.
Caso a Prefeitura, Semtran ou a SMC quiserem responder nossos questionamentos, garantimos o espaço e a atualização do texto dessa reportagem se isso acontecer.
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