REFLEXÃO: No Dia Mundial da Água devemos cuidar do nosso bem tão precioso

Mudanças climáticas fazem Amazônia e diversos ecossistemas terem secas severas como em 2023; previsões para este ano não são animadoras

REFLEXÃO: No Dia Mundial da Água devemos cuidar do nosso bem tão precioso

Foto: O rio Juruá, em Marechal Thaumaturgo, em outubro de 2023; um dos mais importantes rios da Bacia Amazônica chegou a nível crítico de vazante - Alexandre Cruz Noronha/Sema/AC

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Tem uma frase curta, mas que é real e com grande impacto: água é vida. Então, você já viu algo sobreviver sem água? Quando o agricultor joga a semente na terra, precisa de quê? Água. Quando fazemos aquela experiência na escola de feijão no algodão, precisamos de quê para ela germinar? Água.

 

O próprio ser humano pode ficar até 30 dias sem comer, dependendo da sua compleição física. Mas não pode aguentar mais do que dois dias sem água. O problema que o líquido mais importante da terra, especialmente a água doce e potável está começando a faltar em locais onde jamais poderíamos imaginar que isso fosse acontecer.

 

Em Rondônia, há alguns anos, os ribeirinhos e até a população de Porto Velho veem o curso do Rio Madeira dar lugar à imensos bancos de areia durante o verão amazônico, estação onde o calor é intenso e as chuvas raras.

 

Um pouco mais para frente, onde ele deságua, a situação não é diferente. No Rio Amazonas, um dos maiores rios do mundo, as paisagens parecidas com desertos já viraram rotina. Em alguns pontos onde a profundidade pode chegar a 800 metros, na estação da seca, não fica maior do que dois metros.

 

Em outros locais, é possível atravessar de um lado para o outro com água nos joelhos ou até um pouco acima do tornozelo. E as previsões não são nada animadores dos órgãos de cuidam do meio ambiente e do clima: 2024 e 2025 serão anos de secas severas na Amazônia, com falta d’água para as grandes cidades.

 

Esse alerta serve para que os poderes públicos tomem providências antes que o caos fique ainda maior, fazendo obras para reaproveitar a água utilizada nas casas, além de aumentar a potência das estações de tratamento e distribuição. Mesmo com um grande rio que corta a cidade, é possível que até a retirada do produto seja dificultada pelos baixos níveis.

 

Relatório

 

O Sul da Amazônia ocidental pode conviver com uma nova seca severa a partir de maio, com seus efeitos se estendendo ao menos até agosto e setembro.

 

Assim como em 2023, a região tende a enfrentar os efeitos de chuvas abaixo do normal e temperaturas extremas. Isso tudo, vale ressaltar, meses e até semanas após a região ser afetada por uma das maiores enchentes dos últimos anos.

 

É o que aponta o mais recente boletim produzido pelo grupo de cientistas da tríplice fronteira MAP: Madre de Dios (Peru), Acre (Brasil) e Pando (Bolívia). A região foi seriamente afetada pelo transbordamento dos rios entre o fim de fevereiro e o começo de março.

 

Segundo o documento, tais projeções são feitas a partir de análises do Instituto Internacional de Pesquisa para o Clima e a Sociedade (IRI), da Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, e pelo Centro Europeu para as Previsões Meteorológicas a Médio Prazo, ligado à União Europeia.

 

“As previsões indicam ocorrência de chuvas abaixo do normal e temperaturas acima do normal para os próximos seis meses. Caso o clima se comporte de acordo com estas previsões”.

 

Os cientistas alertam: “antecipamos problemas agudos de abastecimento de água, ondas de calor e queimadas acidentais em áreas agrícolas e incêndios florestais. Estes últimos, repercutiriam em altos níveis de fumaça com implicações sérias para a saúde humana e ambiental”.

 

Em Rondônia, oito municípios decretaram situação de emergência por causa da seca – isso em pleno inverno amazônico.

 

Os pesquisadores fazem alertas e uma série de recomendações (veja abaixo) às autoridades de Defesa Civil dos três estados da fronteira Bolívia, Brasil e Peru, a Bolpebra.

 

Todos estes alertas, vale ressaltar, foram feitos antes das enchentes extremas, e quando a região ainda vivia, de certa forma, sob os efeitos da seca severa de 2023, provocada pelo fenômeno climático El Niño.

 

Avanços

 

O Parque Jardim das Mangueiras, também conhecido como Skate Parque, é cenário de um projeto piloto de recuperação do igarapé que corta o espaço de sete hectares. No local, nove nascentes já foram identificadas.

 

Curso d'água no Skate Parque deve ser revitalizado pela prefeitura - Foto: Wesley Pontes/SMC - Prefeitura de Porto Velho

 

Os trabalhos são desenvolvidos pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SEMA).

 

“Estamos em um projeto piloto. O primeiro questionamento foi em relação ao igarapé, onde ele nascia. Em meio aos estudos foi concluído que a nascente está dentro do próprio parque. Em um trecho de 15 metros encontramos nove nascentes. É um trabalho novo, estamos testando metodologias e isso vai mudando até nossos técnicos perceberem que o trabalho está fluindo como deve ser”, explica o secretário adjunto da Sema, Junior Cavalcante.

 

O trabalho de preservação conta com parceiros e a Universidade Federal de Rondônia (Unir) é um deles, colaborando não somente com estudos a respeito das nascentes, mas com análises do solo encontrado no local. A arborização do parque também é uma prioridade.

 

Ainda de acordo com a Sema, o local se tornará, em breve, uma área de proteção ambiental.

 

“A gente quer fazer daqui uma mistura de saúde e meio ambiente. É um parque, não uma praça, por isso os cuidados devem ser diferentes. Em breve vamos apresentar o que será implantado, como forma de lazer para a comunidade, mas a principal preocupação é cuidar da diversidade ambiental que o local proporciona”, finaliza o secretário adjunto.

 

*Com informações de Fábio Pontes, do jornal Varadouro.

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