O candidato oposicionista, beneficiado pelo voto útil galgou o segundo turno e agora, na reta final é favorecido por um efeito manada
Foto: Divulgação
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Com o predomínio dos boatos dos intrigantes, das fraudes dos coaches e dos truques dos marqueteiros, a política brasileira está contaminada pela lei da selva, em que os brutos predominam e os suaves são devorados. É uma situação indesejável, que precisa ser enfrentada com firmeza, pois do contrário será preciso revogar os Estatutos do Homem de Thiago de Mello, cujo decreto é “só vale a verdade”. Além das mentiras e acusações falsas, o ambiente brasileiro é seriamente perturbado pelas falhas de um Estado caro e ainda longe da eficiência proclamada nas campanhas eleitorais.
Setores que usam alta tecnologia teriam que ser os mais eficientes. O Sistema de Gestão Fundiária (Sigef) do Incra, que deveria funcionar como um bom relógio, devido ao histórico nacional de grilagens e uso indevido da terra, é acusado de sofrer instabilidades suspeitas, já que ao sair do ar causa embaraços na da regularização fundiária, favorecendo atividades ilegais como a grilagem e o desmatamento.
Melhor supor que se trate realmente de questões técnicas em processo de resolução, pois não é justo presumir, com base em antagonismos encalacrados, que alguém ligado ao agronegócio se dedique a promover sabotagens nos controles, até porque o mal funcionamento dos controles facilita incêndios. Só de junho e agosto deste ano eles já resultaram em prejuízos para o agro ao redor de R$ 14,7 bilhões, segundo dados da CNA.
Debate suave
Num horário pouco usual para os debates políticos – travado as 18 horas – a TV Norte, afiliada do SBT promoveu o primeiro debate do segundo turno em Porto Velho entre os candidatos Mariana Carvalho (União) e Leo Moraes (Podemos) na última quinta-feira. Um confronto suave, quase enfadonho e os candidatos só faltaram pular cirandinha, de tão tranquilos. A gente que conhece política sabe que foi coisa tratada, deixando para os eventos da SIC TV e da TV Rondônia lidar melhor as diferenças. A necessidade faz o sapo pular e quem estiver em condições inferiores na peleja, com certeza vai abrir o bico nos próximos debates.
União devendo
Seja nos governos petistas, do emedebista Michel Temer, do conservador Jair Bolsonaro, a União ficou devendo muito para Rondônia, Da enchente histórica em 2014, a maioria dos compromissos não foram cumpridos e o prefeito na época Mauro Nazif (PSB) acabou sacrificando sua reeleição por conta de gastos para minimizar os efeitos daquela cheia. Seguem tantas outras promessas esquecidas nos governos seguintes. Da BR 319, todos presidentes eleitos garantiram a pavimentação e até hoje necas. A Usina Hidrelétrica de Tabajara caiu no esquecimento, e agora temos um adiamento na construção da ponte binacional em Guajará Mirim.
Na fronteira
Todos os governos federais, sejam de esquerda (petistas) de centro, Michel Temer (MDB) ou conservador, com Jair Bolsonaro (PL) falavam em combater o narcotráfico na fronteira, reprimir as facções do crime organizado que exportam armas a partir de Rondônia para abastecer o crime nas comunidades do Rio de Janeiro, São Paulo e Salvador. Lembro que os ministros da justiça destes governantes vieram a Rondônia, visitaram o Forte Príncipe da Beira e raparam o pé. Que bando de farsantes. Existe uma grande dívida da União com Rondônia.
Eleições 2024
Caminhando para a reta final para o segundo turno, acompanho atentamente as apostas dos marqueteiros dos candidatos Leo Moraes e Mariana Carvalho, a última considerada favorita, pela vantagem obtida no primeiro turno, mas vê Leo já no seu cangote buscando a ultrapassagem com um efeito manada. O marketing de Mariana aposta em comparar quem mais ajudou Porto Velho e busca passar ao eleitorado que Leo comparece a eleição de mãos abanando em comparação com os recursos obtidos por Mariana. Acreditam que acertaram a mão no adversário.
As narrativas
Do lado do QG de campanha de Leo Moraes, se acredita que o que não colou no primeiro turno está colando agora, no segundo turno em Mariana. Citam o caso da rasteira aplicada em Fernando Máximo no União Brasil, quando o favorito na disputa a prefeitura de Porto Velho, foi rifado pelo comando do partido numa aliança com o prefeito Hildon Chaves e o clã Carvalho. Seguem na exploração dos problemas da saúde, alagações e contratos rifados pelas instâncias do Tribunal de Contas do Estado. As narrativas oposicionistas estão sendo avaliadas pelo eleitorado.
As reviravoltas
Impressionam as reviravoltas na política de Porto Velho. Na pré-campanha, ainda no início do ano, o grande favorito era o deputado federal Fernando Máximo (União Brasil). Levou uma rasteira do seu próprio partido, para receber a tucana Mariana Carvalho e se tornar a candidata duplamente governista, ungida pelo Prédio do Relógio e pelo CPA Rio Madeira. Sem Máximo, que deixou a corrida sucessória protestando, e com Mariana já candidata foi aberta uma polarização inicial com Leo Moraes (Podemos) que se arrastou para o segundo turno.
Bala de prata
A coisa teria chegado nesta campanha do segundo turno em Porto Velho num possível empate técnico entre os candidatos Mariana Carvalho (União) e Leo Moraes (Podemos). O candidato oposicionista, beneficiado pelo voto útil galgou o segundo turno e agora, na reta final é favorecido por um efeito manada que vem ocorrendo há mais de uma semana e lembro que falei disto nesta coluna recentemente. Para reverter esta tendência agora, só uma bala de prata, aquele projetil especialmente criado pelo gênero de terror, com a capacidade até de abater aqueles poderosos vampiros da ficção. A conferir no próximo domingo.
Via Direta
*** Uma passagem aérea para Rio Branco por mais de R$ 1.200,00 é um presente de grego para acreanos e rondonienses. Como consequência os voos ocorrem esvaziados. É coisa de louco *** Novos garimpos ilegais no Amazonas e em Roraima estão atraindo os garimpeiros rondonienses despejados em recentes operações da fiscalização ambiental *** A fiscalização no meio da selva é muito difícil para as autoridades. Mesmo porque agentes e policiais as vezes são recebidos a bala ***Com o ciclo das queimadas e da fumaceira já em declínio, agora a expectativa é a subida dos rios Madeira, Mamoré, Guaporé, Candeias, Jamari e Machado em Rondônia nas próximas semanas.
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