Um ronco grave e encorpado sai pelo escapamento, dando o tom da conversa daqui para frente.
Foto: Divulgação
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Quem se lembra do Fiat Uno Turbo, de 1994? Ou do Volkswagen Polo GTI, de 2007? Foram dois hatches compactos com uma pegada verdadeiramente esportiva vendidos no Brasil. Depois deles, este tipo de carro sumiu do mercado por aqui, substituídos por versões esportivadas, cheias de enfeites, mas com desempenho decepcionante. Mas parece que isso mudou. Foi o que deu para notar depois de alguns dias com o Peugeot208 GT na garagem.
Rodas de aro 17 diamantadas calçadas em pneus 206/45R, dupla saída de escape, faróis com refletores duplos e defletor de ar na traseira pintado de preto brilhante estão entre os detalhes exclusivos do GT e dão um sinal do que você encontrará pela frente depois de girar a chave no contato.
Um ronco grave e encorpado sai pelo escapamento, dando o tom da conversa daqui para frente. Acelere um pouco usando o pedal da direita de alumínio perfurado e ouça os gases de escape borbulhando. Engate a primeira, estique um pouco até uns 4.000 rpm e passe para a segunda e, depois, passe para terceira. Pronto, já estamos a 100 km/h em apenas 7,6 segundos, ouvindo o nada discreto “tshiiii” da válvula de alívio da turbina entre as trocas.
Deu para voltar no tempo e lembrar de quando os carros turbinados por preparadoras independentes viraram febre entre os boyzinhos de plantão nos anos 90. Não que o 208 GT seja um estouro, mas emploga. Portanto, é bom colocar seu juízo em dia antes de sair por aí acelerando. O acerto do pessoal da Peugeot incluiu mudanças nos freios e na suspensão, além da inclusão de controle eletrônico de estabilidade, mas é preciso saber arrancar sem fazer as rodas girarem demais em falso com a frente do carro “passarinhando”.
Esse efeito nada agradável para quem está tentando controlar o carro segurando firme no volante é inevitável quando a relação peso-potência é menor do que 7 kg/cv em modelos com tração dianteira. No caso do 208 GT, são 6,9 kg/cv. Por isso, o ideal seria que houvesse um controle de tração mais eficaz ou algum sistema que transmitisse parte da força do motor para as rodas de trás. De qualquer forma, o saldo é positivo pelo caráter esportivo de verdade.
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No pacote da alegria do GT também incluíram bancos com apoios um pouco mais largos para ajudar a segurar o corpo nas curvas e volante com base achatada, revestido de couro perfurado , com detalhes de alumínio e até uma marca guia no topo, como nos modelos de competição. Também não esqueceram da manopla de câmbio de metal escovado e dos filetes vermelhos ao redor do quadro de instrumentos que são acesos desde as portas são destravadas.
Se há o que elogiar quando o assunto é desempenho, o mesmo não acontece no quesito visibilidade. As colunas centrais do208 GT são bem largas e acabam prejudicando bastante a visão lateral nas manobras do dia a dia. Em contrapartida, a câmera de ré instalada na traseira tem boa resolução e facilita as manobras, assim como a direção leve na hora de estacionar, mas que vai ganhando peso conforme o aumento da velocidade.
O espaço para cinco ocupantes é aceitável, assim como o porta-malas de 285 litros. Mas o destaque no interior para para a central multimídia com tela sensível ao toque, com GPS incluído. Teve uma boa evolução na linha 2017 e passou a funcionar bem com qualquer tipo de celular. Bom também é que o volante é multifunctional, com os principais commandos do som. E há regulagens suficientes para ajustar a posição de dirigir, que exige certa adaptação.
Se procura um hatch esportivo de verdade o 208 GT deve ser incluído na sua lista. O principal problema é o preço: R$ 79.490. Contudo, por menos que isso, a melhor alternativa é o Renault Sandero RS (R$ 62.509), com motor de 150 cv e uma preparação feita com capricho pelo pessoal da Renault Sport. Também dá para levar para casa o Suzuki Swift R, de R$ 78.690, com 140 cv e alguma diversão ao volante. E o Fiat Punto T-Jet acaba de sair de linha.
Ficha Técnica
Preço: R$ 79.490
Motor: 1.6, quatro cilindros, flex, turbo
Potência: 173 cv a 6.000 rpm
Torque: 24,5 kgfm a partir de 1.400 rpm
Transmissão: Manual, seis marchas, tração dianteira
Suspensão:Independente (dianteira) / eixo de torção (traseira)
Freios: Discos ventilados na dianteira e sóilidos na traseira
Pneus: 205/45 R17
Dimensões: 3,98 m (comprimento / 1,70 m (largura) / 1,47 m (altura), 2,54 m (entre-eixos)
Tanque : 55 litros
Consumo: 12 km/l (cidade) /13,8 km/l (estrada) com gasolina
0 a 100 km/h: 7,6 segundos
Vel. Max: 222 km/h
* O resultado da enquete não tem caráter científico, é apenas uma pesquisa de opinião pública!