A política da Prefeitura de Florianópolis de pagar passagens de volta para pessoas que chegam à cidade sem emprego ou moradia gerou forte repercussão nas redes sociais. O prefeito Topázio Neto (PSD) afirmou, em vídeo publicado nas redes, que a medida busca manter a “ordem e o controle” na capital catarinense.
Segundo ele, um posto da Assistência Social foi instalado na rodoviária da cidade para abordar quem desembarca sem condições de se sustentar. “Se chegou sem emprego e local para morar, a gente dá a passagem de volta”, disse o prefeito, informando que mais de 500 pessoas já foram encaminhadas de volta a suas cidades.
A decisão dividiu opiniões. Críticos afirmam que a medida fere o direito constitucional de ir e vir, previsto no artigo 5º da Constituição. “Deportar brasileiro dentro do próprio país é inconstitucional”, escreveu um internauta. Outros, porém, elogiaram a iniciativa, dizendo que a cidade precisa de controle e organização.
O caso tem ligação indireta com o movimento migratório recente. Com o crescimento econômico de Santa Catarina e do Paraná, muitos rondonienses e nordestinos têm se mudado para o Sul em busca de melhores oportunidades. Segundo o Censo 2022 do IBGE, o estado catarinense ganhou 354 mil novos moradores, enquanto Rondônia perdeu cerca de 23 mil habitantes.
A Prefeitura de Florianópolis ainda não detalhou os critérios usados na triagem das pessoas nem respondeu às críticas sobre a legalidade da prática.