Aprovação no Senado busca combater sentimento de impunidade dando maior rigor contra abusadores com penas de até 12 anos de prisão
Foto: Divulgação/CNJ
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O Senado Federal aprovou nesta semana o projeto de lei importante na área de proteção social. Os senadores foram favoráveis ao aumento das penas para crimes de exploração sexual de crianças, adolescentes e pessoas vulneráveis. A mudança é para corrigir o sentimento de impunidade para crimes de violência sexual que geravam a sensação de que o crime compensa diante das penas leves existentes.
O PL 425/2024 torna mais severas as punições para quem favorece a prostituição ou qualquer forma de exploração sexual. Pela proposta, a pena mínima passa de quatro para seis anos de reclusão, e a máxima de 10 para 12 anos, atingindo quem submete, induz ou atrai menores de 18 anos para essas práticas. O texto segue agora para análise da Câmara dos Deputados.
O autor da proposta, senador Zequinha Marinho (Podemos-PA), afirmou que o objetivo do projeto é impedir que condenados por exploração sexual cumpram pena em casa, o que, segundo ele, reforça a sensação de impunidade entre as vítimas e a sociedade.
“Até hoje, o abusador que pegar a pena mínima pode cumpri-la em casa, e isso é um verdadeiro absurdo. A maioria dos casos de abuso e exploração de crianças e adolescentes ocorre dentro de casa. Manter o agressor ali é condenar duas vezes a vítima”, afirmou o parlamentar.
Zequinha Marinho destacou ainda que o texto corrige falhas da legislação atual e busca garantir punições mais efetivas.
“É um projeto simples, mas eficiente. No modelo antigo, o camarada comete o crime e nem é recolhido, porque a pena é pequena. Nós esticamos as penas para que quem comete esse tipo de crime pague pelo que fez. A legislação precisa ser ajustada para tirar o país dessas situações de impunidade”, declarou.
O endurecimento das punições ocorre em meio a um contexto de crescente preocupação com a proteção de crianças e adolescentes e o fortalecimento de políticas públicas de combate à violência sexual.
Um levantamento divulgado em 14 de agosto de 2025, pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública revelou um cenário alarmante de violência sexual contra crianças e adolescentes na Amazônia Legal.
De acordo com o estudo, entre 2021 e 2023, foram registrados mais de 31 mil casos de estupro envolvendo vítimas nessa faixa etária nos estados que compõem a região. A pesquisa mostra ainda que a maioria das vítimas é preta ou parda, evidenciando como a vulnerabilidade social e racial intensifica o risco de violência.
Embora o estado com a maior taxa de violência sexual infantil em 2023 seja Mato Grosso do Sul (MS) — que não integra a Amazônia Legal —, a pesquisa aponta que seis estados amazônicos estão entre os dez com os índices mais altos do país: Rondônia, Roraima, Mato Grosso, Pará, Tocantins e Acre.
O Unicef reforça que o combate à violência sexual contra crianças e adolescentes exige ações integradas entre governos, escolas, serviços de saúde e a sociedade civil, com políticas de prevenção, acolhimento e responsabilização dos agressores.
* O resultado da enquete não tem caráter científico, é apenas uma pesquisa de opinião pública!