TERRAS: Indígenas Guarani Kaiowá são atacados novamente por grupo armado em MS

Pelo menos dez pessoas foram feridas, duas estão em estado grave

TERRAS: Indígenas Guarani Kaiowá são atacados novamente por grupo armado em MS

Foto: Reprodução

Indígenas da etnia Guarani Kaiowá, da região do município de Douradina, no Mato Grosso do Sul (MS), foram atacados por um grupo de pistoleiros no último sábado, 3. O grupo, que já havia tentado alertar as autoridades sobre as investidas, vêm sofrendo ataques desde o dia 22 de julho, por fazendeiros e jagunços que afirmam ter direito aos territórios ocupados pela etnia indígena.
 
Pelo menos dez pessoas foram feridas, duas estão em estado grave. Um indígena levou um tiro na cabeça e um outro no pescoço. Os dois estão em estado grave. Os feridos foram encaminhados para o Hospital da Vida, em Dourados. Segundo o Cimi, relatos de indígenas acusam a Força Nacional de ser conivente com o crime.
 
A área em conflito é chamada de Panambi-Lagoa Rica e já foi delimitada e reconhecida pela União como território ancestral dos povos originários. Os produtores rurais alegam serem proprietários legais da área utilizada para a produção de commodities no ramo da agricultura.
 
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Um indígena levou um tiro na cabeça e um outro no pescoço. Os dois estão em estado grave. Os feridos foram encaminhados para o Hospital da Vida, em Dourados. Segundo o Cimi, relatos de indígenas acusam a Força Nacional de ser conivente com o crime. Um disse ter ouvido de um agente a frase: “Pega teu povo e sai daqui ou vocês vão morrer”, pouco antes do ataque.
 
Outro indígena foi mais incisivo: “Queremos saber a razão da Força Nacional ter saído daqui. Os agentes saíram e o ataque aconteceu. Parece que foi combinado. Queremos entender”, disse ao Cimi.
 
O Ministério dos Povos Indígenas disse ter recebido as denúncias e enviado uma equipe da pasta e da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) para o território. O grupo foi acompanhado do Ministério Público Federal para prestar atendimento aos Guarani Kaiowá. A Secretaria de Saúde Indígena foi acionada para lidar com os feridos com menos gravidade. Um dos feridos segue em estado grave.
 
O secretário executivo do MPI, Eloy Terena, acionou o Ministério da Justiça e Segurança Pública e pediu explicações sobre a retirada da Força Nacional do local. Também pediu que fosse garantida a permanência do efetivo no território, para evitar outros casos de violência. O MPI informou ainda que emitiu ofício para o diretor-geral da Polícia Federal solicitando investigação imediata sobre o ocorrido. O Comandante do 3º Batalhão da Polícia Militar também foi acionado e disse ter reforçado o policiamento.
 
Segundo o Cimi, o ataque de sábado ocorreu mais precisamente na retomada Pikyxyin, uma das sete na Terra Indígena Lagoa Panambi, identificada e delimitada desde 2011. Um ataque já havia ocorrido no local na sexta-feira (2), sem ferir os indígenas.
 
Na quinta-feira, 1, um ruralista armado foi detido pela Força Nacional no local. O Cimi disse ter sido informado pela Defensoria Pública da União (DPU) que  entrará com representação para destituir o comando da Força Nacional em Mato Grosso do Sul.
 
Outro ataque
 
Já madrugada deste domingo, 4, o acampamento Esperança, onde vivem cerca de 300 famílias, em Dourados, a poucos quilômetros de Douradina, foi atacado e incendiado. Mantido pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), integrantes do Esperança estiveram na Terra Indígena na última segunda-feiram, 29, para prestar solidariedade e levar mantimentos aos Guarani Kaiowá.
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