Outro registro mostra a ex-sinhazinha deitada na cama com a mãe e o irmão, que está completamente paralisado. Cleusimar também exibe um frasco da substância, e mostra as marcas das seringas no braço dela e no do filho.
Familiares contaram, em depoimento à polícia, que Didja, a mãe e o irmão, Ademar Cardoso, não saíam de casa, onde faziam o uso da droga.
O trio já estava sob investigação da polícia devido ao suposto envolvimento em uma seita religiosa que forçava o uso da cetamina em rituais, para atingir uma falsa plenitude espiritual.
A defesa da família Cardoso rebate a acusação e diz que os discursos dos clientes sobre a 'evolução espiritual' eram efeitos colaterais da droga.
"Não existia esse negócio de ritual e de que funcionários e amigos eram obrigados ou coagidos a usar a droga. Não existia isso. Eles ofereciam sob efeito de drogas, com aquele argumento, com aquela alegação da transcendência da evolução espiritual", disse.
Ademar, o irmão de Djidja, também é suspeito de estupro de uma ex-namorada.
Esquema
De acordo com a investigação, a cetamina era adquirida ilegalmente por Verônica Costa, gerente de um salão de beleza de Djidja. Ela tinha apoio de Marlisson Vasconcelos e Claudiele Santos, que também trabalhavam para os Cardoso.
A mãe, o irmão e três funcionários da rede de salões de beleza da família estão presos preventivamente.
Entenda o caso
Dilemar Cardoso Carlos da Silva, conhecida como Djidja e ex-sinhazinha do Boi Garantido, foi encontrada morta na casa onde morava na Zona Norte de Manaus, na última terça-feira (28), aos 32 anos.
Dois dias depois, a mãe e o irmão da ex-sinhazinha foram presos suspeitos de associação para o tráfico, venda de drogas e estupro. Além da dupla, outros três funcionários da família também foram detidos, sob suspeita de integrarem um grupo religioso que forçava o uso da cetamina em rituais.
Tia de Djidja, Cleomar Cardoso acusou a mãe e os funcionários do salão no qual a influenciadora era dona de negar socorro à vítima e incentivar o suposto vício em drogas.
"A Djidja morreu por omissão de socorro por parte da mãe dela e da turma do Belle Femme de Manaus. A casa dela na cidade nova se tornou uma Cracolândia. Toda vez que tentávamos internar a Djidja, éramos impedidos pela mãe e pela quadrilha de alguns funcionários que fazem parte do esquema deles", disse Cleomar em uma publicação no Facebook.
"A mãe dela sempre dizia para nós não interferirmos na vida deles e que ela sabia o que estava fazendo, ficamos de mãos atadas. E está do mesmo jeito lá, todos se drogando na casa dela", acrescentou.