INVESTIGAÇÃO: Aliados de Cameli foram ‘alojados’ com salário de R$ 23 mil em sala fantasma na Assembleia, diz PF

Segundo apurações, figuras de grande destaque estavam em sala de ex-deputado que não tem mandato há anos

INVESTIGAÇÃO: Aliados de Cameli foram ‘alojados’ com salário de R$ 23 mil em sala fantasma na Assembleia, diz PF

Foto: Reprodução da internet

Um extenso relatório da Operação Ptolomeu, contendo 172 páginas, foi encaminhado ao STJ, revelando que sete figuras de destaque ligadas ao círculo do governador do Acre estão suspeitas de envolvimento em um esquema de corrupção e manipulação de licitações. Esses indivíduos foram designados para cargos de confiança no antigo escritório do ex-deputado Eduardo Farias.
 
 
A Polícia Federal identificou evidências de que os alvos da Operação Ptolomeu, que investiga alegações de corrupção no governo do Acre, continuam a se beneficiar dos recursos públicos. Há suspeitas de que pessoas ligadas ao governador Gladson Cameli (PP), o principal alvo da operação, estejam usando a Assembleia Legislativa do Acre como um refúgio seguro. Os investigadores acreditam ter identificado um escritório fictício no Legislativo para acomodar aliados de Cameli.
 
 
Desde o início da Operação Ptolomeu, o governador tem negado veementemente qualquer irregularidade em sua administração. O Estadão procurou o governo e a presidência da Assembleia Legislativa para comentários.
 
 
De acordo com a PF, o grupo instalado na Assembleia recebia salários generosos, chegando a R$ 23 mil. Eles ocupavam cargos no gabinete extinto do ex-deputado Eduardo Farias, que deixou o cargo em 2015.
 
 
Eduardo Farias, incomodado com o uso de seu nome, declarou que solicitará esclarecimentos à Mesa Diretora da Assembleia e tomará medidas legais contra o uso indevido de sua identidade.
 
 
As informações sobre a alocação dos investigados da Operação Ptolomeu na Assembleia estão detalhadas em um relatório elaborado pelo policial federal Lucas Santos da Silva, com base em evidências coletadas durante buscas realizadas em fases anteriores da operação.
 
 
O relatório, enviado ao Superior Tribunal de Justiça, destaca uma estratégia deliberada de realocação dos alvos da operação em funções públicas.
 
 
A PF ressalta que abrigar os suspeitos na Assembleia é uma tentativa de contornar as restrições impostas pelo STJ como parte da Operação Ptolomeu. A ministra Nancy Andrighi impôs sanções severas a vários investigados, incluindo afastamento de suas funções.
 
 
A presença dos investigados no gabinete do ex-deputado, que encerrou seu mandato há nove anos, é considerada um indício óbvio de nomeações suspeitas.
 
 
Entre os nomeados no "gabinete oculto" está Anderson Abreu de Lima, tio de Gladson Cameli e ex-secretário de Indústria, Ciência e Tecnologia do Acre. A investigação indica que, a partir de março, Anderson começou a trabalhar na Assembleia com um salário mensal de R$ 23 mil.
 
 
Outros mencionados incluem Carlos Augusto da Silva Negreiros, coronel da Polícia Militar; Glayton Pinheiro Rego, engenheiro civil; Jefferson Luiz Pereira de Oliveira, identificado como operador financeiro de Cameli; João Lima de Souza, conhecido como transportador de valores em espécie; Arlindo Garcia de Souza, suspeito de ser um funcionário fantasma; e Rosângela da Gama Pereira Pequeno, ex-chefe de gabinete de Cameli, atualmente lotada no Tribunal de Contas do Estado do Acre.
 
 
Além dos investigados na Assembleia, a PF também questiona a atuação de outros alvos da operação na Câmara Municipal de Rio Branco.
 
 
Fatos
 
 
Há suspeitas de que um ex-cunhado de Cameli tenha exercido influência indevida. Três aliados do governador são mencionados como beneficiários de vagas na Câmara Municipal: o ex-motorista de Cameli, Francisco Jurandir; o ex-secretário-adjunto de Licitações da Secretaria da Fazenda, Jader Maia Sobrinho; e um major da PM do Acre que teria feito depósitos nas contas de Cameli.
 
 
Um caso particularmente intrigante é o de Fernanda de Souza, listada como ocupante de um cargo de direção no governo estadual. Segundo a PF, ela é uma das principais operadoras da organização criminosa e se envolveu em atividades que violam os padrões de conduta administrativa.
 
 
A PF também levanta suspeitas sobre a possível interferência do ex-presidente da Assembleia, Nicolau Cândido da Silva Júnior, irmão da ex-primeira-dama do Acre e ex-cunhado de Gladson Cameli. Diálogos sugerem que Nicolau estaria envolvido em acordos de nomeações na Assembleia Legislativa para beneficiar Cameli e sua família.
 
 
Os representantes da Assembleia Legislativa do Acre e do governo do Estado foram procurados para comentar sobre os aliados de Gladson Cameli que foram nomeados para o antigo gabinete de Eduardo Farias. O espaço está aberto para suas respostas.
 
 
Com a palavra, ex-deputado Eduardo Farias
 
 
Me causou surpresa e indignação a circulação nas redes sociais de um Relatório da Polícia Federal dando conta de que o meu nome tem sido utilizado para manutenção de um gabinete na Assembleia Legislativa do Estado do Acre, como se eu ainda estivesse exercendo mandato de deputado estadual, e que este tem servido como depositário de pessoas investigadas na chamada Operação Ptolomeu, que investiga os crimes de peculato, corrupção ativa e passiva, lavagem de capitais, organização criminosa, dentre outros praticados em desfavor da administração pública.
 
 
Diante desse lamentável fato, esclareço, embora seja a informação de domínio público, que encerrei meu mandato de deputado estadual em 31/01/2015 e desde então não tenho vínculo de nenhuma natureza com a Aleac.
 
 
Comunicarei à PF oficialmente o meu total desconhecimento do uso indevido de meu nome e do meu ex gabinete para prática do referido delito exposto em seu Relatório, mesmo entendendo que a verdade já resta compreendida no próprio documento.
 
 
Solicitarei ainda, na forma da lei, esclarecimentos à Mesa Diretora da Aleac sobre os referidos fatos e acionarei a Justiça para que sejam dadas as devidas providências legais quanto ao uso indevido de meu nome, o que incorre, no mínimo, em danos morais.
 
 
Encerro agradecendo as inúmeras manifestações de apoio e solidariedade que venho recebendo diante desse deplorável e criminoso fato.
 
 
*Com informações do blog do Fausto Macedo, de O Estado de São Paulo. 
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