Além de pagar mais caro, clientes britânicos precisam lidar com falta de peças de reposição
Foto: Divulgação
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O mercado de carros elétricos no mundo inteiro ainda é cercado de dúvidas e incertezas. A chegada de empresas chinesas facilitou o acesso da população a esses carros, mas no Reino Unido, as seguradoras estão se recusando a aceitar os elétricos de origem chinesa, segundo uma reportagem da Auto Express.
O levantamento foi realizado pelo Thatcham Research, uma organização sem fins lucrativos voltada para análise de riscos e segurança, e apontou que BYD Seal, GWM Ora 03 e alguns modelos da britânica MG (de propriedade da chinesa SAIC) estão tendo seu processo de seguro dificultados pelas seguradoras britânicas, o que resulta em preços de contratação mais elevados.
Segundo Ben Townsend, responsável pelo Thatcham Research, não existe nenhum problema com os carros elétricos chineses, mas o pesquisador acredita que as fabricantes não estejam muito engajadas com o setor de seguros. O relatório aponta que o medo das seguradoras é com a demora para a chegada das peças e incertezas relacionadas aos processos de reparo.
Segundo Martyn Rowley, diretor executivo da Associação Nacional de Reparadores Automotivos do Reino Unido, o principal problema com as fabricantes chinesas é a falta de peças.
“Alguns reparadores descartam os carros por motivos estúpidos, às vezes, que seriam rapidamente resolvidos se fosse um Ford ou um Vauxhall. Infelizmente, não conseguimos encontrar peças. Elas não estão disponíveis para aquele veículo, o que eu acredito que é ridículo, considerando que é um negócio multimilionário”, declarou Rowley.
O artigo aponta que a falta de instrução para realizar os reparos desses veículos é outra grande barreira. Nem sempre há material instruindo como realizar a manutenção nos carros de origem chinesa. Além disso, a mão-de-obra no Reino Unido é muito mais cara do que na China, fazendo mais sentido comprar um carro novo do que reparar os danificados.
Outro estudo, também no Reino Unido, descobriu que motoristas de carros elétricos pagam 50% a mais do que proprietários de veículos com motorização a combustão. A explicação para isso, de acordo com a Bloomberg, são os elevados custos de reparos, a falta de mão de obra especializada em carros elétricos e também o tempo que esses carros ficam parados nas oficinas.
Consumidores brasileiros também sofrem com falta de peças
Quem acaba sofrendo é o consumidor final, e esse problema não é exclusivamente do Reino Unido. No Brasil, as fabricantes chinesas também estão desembarcando com muita agressividade no mercado, mas os clientes reclamam do atendimento de pós-venda.
Na Internet, é possível encontrar relatos de proprietários de carros da BYD, e também da GWM, que enfrentam problemas com o pós-venda da fabricante, precisando esperar meses pela chegada de peças da carroceria, conforme postagens no Reclame Aqui.
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