Ao ser questionando pela relatora da CPMI, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), o hacker Walter Delgatti Neto declarou que seu encontro com membros do Partido Liberal (PL), em agosto de 2022, teve como objetivo discutir a “fragilidade das urnas eletrônicas”.
“A segunda ideia era, no dia 7 de setembro, eles pegarem uma urna, colocar um aplicativo meu lá e mostrar à população que é possível apertar um voto e sair outro. Eu faria o código-fonte da urna, não o do TSE. E nesse código meu eu inseria essas linhas, de códigos maliciosos. Feita para mostrar que a urna, se manipulada, sairia outro resultado. Um código-fonte fake.”
A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro retomou os trabalhos nesta quinta-feira (17) com o depoimento do hacker Walter Delgatti Neto.
• Para a relatora do colegiado, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), a oitiva do hacker "poderá auxiliar esta comissão a esclarecer como a deputada Carla Zambelli (PL-SP) atuou de modo a questionar a legitimidade do sistema eleitoral brasileiro nas eleições de 2022".
• A Polícia Federal (PF) encontrou pagamentos de dois assessores de Zambelli ao hacker de forma fracionada. À PF, Delgatti afirmou que recebeu R$ 40 mil de Zambelli para invadir e inserir dados falsos nos sistemas de tecnologia do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em janeiro deste ano.
• Na noite de quarta-feira (16), o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou que Delgatti fique em silêncio durante sua oitiva ao colegiado.
• A CPMI é formada por 32 titulares - 16 senadores e 16 deputados federais - e 32 suplentes.