FRAUDE: Polícia Federal descobre 65 falsos médicos atuando com documentação legal

Reportagem do Fantástico mostrou que todos conseguiram registro profissional no Conselho Regional de Medicina do Rio usando documentos falsos obtidos com quadrilha especializada

FRAUDE: Polícia Federal descobre 65 falsos médicos atuando com documentação legal

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Investigação da Polícia Federal descobriu 65 pessoas que usaram documentos falsos para conseguir registro profissional junto ao Conselho Regional de Medicina do Rio (Cremerj), como mostrou reportagem exibida ontem pelo Fantástico, da TV Globo. O grupo pagava caro, entre R$ 45 mil e R$ 80 mil, para conseguir, com uma quadrilha especializada, documentos falsificados como ata de colação de grau, histórico escolar e diploma universitário.
 
 
A grande maioria da papelada falsificada era da Universidade Estadual da Bahia (Uneb). E o que chamou a atenção dos investigadores é que boa parte dos falsos médicos estava contratada e exercendo a profissão. Pelo menos um dos investigados declarou ter trabalhado numa Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) no Rio. 
 
 
"Na verdade, a operação conseguiu identificar que há uma fragilidade nesse sistema de conferência por parte dos conselhos regionais de medicina. A investigação que houve desses 65 documentos pode ser apenas a ponta de um iceberg. Eu posso ter muitos falsos profissionais atuando, e cidadãos de bem procurando ajuda para sua saúde e sendo submetidos a atuação de falsos profissionais que geram risco a vida" disse a delegada Xênia Ribeiro Soares, da
Polícia Federal. 
 
 
Registros já anulados
 
O Cremerj informou que uma de suas funcionárias desconfiou da documentação recebida de um suposto formando e que a iniciativa de acionar a PF para que fosse iniciada a investigação foi do próprio conselho. Todos os 65 registros obtidos com documentação falsa já foram cancelados, e a lista de nomes divulgada. 
 
 
Quatro pessoas foram presas acusadas de integrar a quadrilha. De acordo com o Fantástico, a mulher apontada como chefe do grupo — Ana Maria Monteiro Neto — continua foragida. Em depoimento, um dos falsos médicos confirmou que é enfermeiro e que nunca foi ao campus da Uneb. Outro, que é dono de uma empresa de ambulância e enfermeiro, contou ter recebido da quadrilha, mediante pagamento, uma pasta com selo e logotipo iguais aos da Uneb, com histórico escolar, diploma e até monografia pronta.
 
 
"Se esse indivíduo procura um conselho profissional munido de um diploma, com histórico escolar fraudulento, que ele não frequentou as aulas, as disciplinas, não cursou aquela faculdade, parece muito claro que ele está ciente do risco que ele se submete ao mostrar essa documentação no conselho profissional. Uma vez obtido esse documento com o conselho ludibriado, essa pessoa estará exercendo a função médica e colocando em risco a saúde pública de toda população" disse Francisco Guarani, delegado da PF.
 
 
O Conselho Federal de Medicina quer criar protocolos de checagem em todo o país. De acordo com o presidente do conselho, José Hiran Gallo, uma equipe vai aos conselhos regionais para levantar dados e entender a fragilidade do sistema para trabalhar numa correção.
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