Globo muda discurso e agora se diz vítima das propinas que pagou

As propinas relacionadas apenas às Copas de 2026 e 2030, divididas com outras emissoras, somariam R$ 50 milhões.

Globo muda discurso e agora se diz vítima das propinas que pagou

Foto: Divulgação

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Depois que uma segunda testemunha afirmou que a Globo pagou propinas a dirigentes da CBF, da Fifa e de outras confederações na compra de direitos de transmissão de eventos esportivos, a empresa mudou seu discurso; agora, diante das evidências de que a emissora corrompeu cartolas para ter exclusividade no futebol, a empresa afirma que comprou os eventos de boa fé e diz ter sido enganada pelos delatores que venderam a ela esses mesmos direitos de transmissão; segundo nota lida por William Bonner, a Globo ficou "surpresa" ao saber das propinas; delatores dizem ter sido orientados pela própria Globo a abrir uma empresa na Holanda para que a concessionária pública brasileira pudesse corrompê-los. 

A Globo não nega mais as propinas no futebol pagas por ela própria para que pudesse ter exclusividade nos direitos de transmissão de eventos esportivos, como a Copa do Mundo, o Campeonato Brasileiro e torneios sul-americanos.

Agora, numa readequação de seu discurso, a empresa afirma ter sido lesada pelos donos da empresa T&T – Alejandro Burzaco e Jose Eladio Rodriguez – que a teriam "enganado".

No Jornal Nacional de ontem, essa nova linha de argumentação foi testada. Diante das evidências de que a emissora corrompeu cartolas para ter exclusividade no futebol, a empresa afirma que comprou os eventos de boa-fé e diz ter sido ludibriada pelos delatores que venderam a ela esses mesmos direitos de transmissão.

Segundo nota lida por William Bonner (confira aqui), a Globo ficou "surpresa" ao saber das propinas pagas pela subsidiária da Globo na Holanda à T&T na Holanda.

No entanto, os dois delatores dizem ter sido orientados pela própria Globo a abrir uma empresa no país europeu para que a concessionária pública brasileira pudesse corrompê-los e gerar propinas que fossem pagas a dirigentes como José Maria Marin, Marco Polo del Nero e Ricardo Teixeira (leia aqui reportagem sobre o caso).

As propinas relacionadas apenas às Copas de 2026 e 2030, divididas com outras emissoras, somariam R$ 50 milhões.

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