Em meio à polêmica, Rio ganha exposições e espetáculos com corpos à mostra

A partir deste sábado, o debate ganha reforço com a inauguração da mostra “O pau na mesa”

Em meio à polêmica, Rio ganha exposições e espetáculos com corpos à mostra

Foto: Divulgação

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De repente, perceberam que a arte estava pelada. Nua, despida de preconceitos, ela foi atacada por todos os lados. Era como se gritassem, desesperados: “Vista-se!”. O pedido, no entanto, não surtiu efeito: as roupas permaneceram no chão, e a celeuma só cresceu. Desde que a exposição “Queermuseu”, com obras de temática LGBT — e de artistas conhecidos, como Cândido Portinari e Alfredo Volpi —, foi vetada, em setembro, no Rio Grande do Sul, basta uma nudez a mais ou a menos nas paredes dos museus para a polêmica eclodir. A partir deste sábado, o debate ganha reforço com a inauguração da mostra “O pau na mesa”, no Santo Cristo. Pelos teatros da cidade, a controvérsia também é tema de novos debates. Livre de discriminação, é claro. Sem armaduras.

— O brasileiro não é tão moderno como dizem por aí. Acho que o momento é superpositivo, pois coloca o verdadeiro sentido das artes plásticas em destaque — opina Lula Duffrayer, curador da exposição que ocupa a antiga Fábrica Bhering com instalações para lá de ousadas: — O nu não é chocante! O que me choca mais é o ódio por trás de toda essa censura. Mas não tenho medo.

Toda precaução é pouca, porém. Produtores da peça “Vidas secas”, que estreia nesta-sexta-feira, alteraram a classificação indicativa do espetáculo com bonecos nus para evitar confusão. Nestas páginas, há exemplos de casos parecidos. Prova de que a nudez é mesmo característica inerente à arte.

— Antes de mais nada, viemos todos de uma vagina. Descobriram agora isso? — provoca o ator Armando Babaioff, que volta a encenar a peça “Tom na fazenda”, em que aparece nu, na próxima semana: — A arte tem o papel de levantar questões. Se for só bonita, não é arte. É decoração.

1. Museu Nacional de Belas-Artes
Um passeio pelos corredores do Museu Nacional de Belas-Artes, no Centro, prova que o corpo humano — e despido — inspira pintores e escultores desde antes de o Brasil ser Brasil. Referência no país, o local reúne o maior acervo de arte nacional do século 19: são cerca de 70 mil itens, entre quadros, desenhos, gravuras, objetos, documentos e livros. Destaque para a galeria de moldagens, com reproduções de figuras gregas. A que você vê na foto é “Hermes Belvedere”.

 
2. Vera Fischer se entrega aos palcos
A volta de Vera Fischer aos palcos não poderia passar despercebida. No drama “O doce pássaro da juventude”, a loura de 65 anos dá vida a uma atriz transtornada com a velhice, que se envolve com um gigolô chantagista. Na penumbra dos palcos, os “nudes” do rapaz são inevitáveis.


3. Peça sobre diva da canção
O espetáculo “Josephine Baker — A Vênus Negra” traça a biografia da artista que se consagrou pelo jeito voraz (e sensual) de cantar e dançar. Na montagem teatral dirigida por Otávio Müller, é a atriz Aline Deluna quem dá vida à estrela.

4. Exposição para gerar polêmica
A mostra “O pau na mesa — Uma crítica às medidas desmedidas” reúne pinturas, vídeos, animações e esculturas de 20 artistas para fazer uma crítica à censura nas artes plásticas.

5. Noite de performances irreverentes
Misto de cabaré, teatro e arte de drag queens, o espetáculo “Buraco da Lacraia Opera House” questiona os padrões da sociedade por meio de um humor escrachado, sem limites. O local onde a peça é encenada — um casarão que também funciona como boate gay — se tornou point de gente descolada.

6. Retrato de povos indígenas
Até mesmo imagens de índios nus têm sido alvo de polêmica nos corredores de museus. Apresentando 260 peças, entre vídeos, fotos, maquetes e instalações, a mostra “Dja Guata Porã/Rio de Janeiro indígena”, em cartaz no MAR, propõe uma reflexão sobre a realidade indígena no estado. Por vezes, guias da instituição precisam dedicar mais tempo, para crianças e adultos, ao explicar o costume nudista de alguns povos brasileiros.

7. Armando Babaioff em espetáculo aclamado
Na próxima semana, a partir do dia 10 de novembro, o aclamado “Tom na fazenda” retorna aos palcos com a história de um homem que vai ao enterro do namorado. O drama é daqueles que despem a alma da plateia.

8. Festival Panorama reúne o melhor da dança
O Festival Panorama apresenta companhias internacionais numa programação que segue até a próxima semana. Sem tabus. A imagem de fundo desta página é de um dos espetáculos programados. Hoje, rolam coreografias da companhia suíça Ioannis Mandafounis e dos argentinos Luis Garay e Karen Carabajal. O roteiro completo pode ser conferido no site oficial do festival.

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