O delator informou que a Central Única dos Trabalhadores (CUT) recebeu pagamentos da Odebrecht para evitar manifestações, greves e atos de violência nas obras da hidrelétrica de Santo Antônio
Foto: Divulgação
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Entre os encontros realizados pelo ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha e o ex-presidente da Odebrecht Energia Henrique Valladares, para acerto de pagamentos para apoio de políticos à viabilização de interesse comum de Odebrecht e Furnas no complexo hidrelétrico do Rio Madeira, algumas reuniões foram realizadas em uma sala da empresa de táxi aéreo Riana, no aeroporto Santos Dumont, no Rio. A afirmação foi feita por Valladares, em depoimento ao Ministério Público, no âmbito de acordo de delação premiada.
“Esses encontros se deram na grande maioria das vezes no escritório dele (Eduardo Cunha), na (avenida) Nilo Peçanha. Em algumas ocasiões, por uma questão de conveniência dele e minha (...) a gente se encontrava no Santos Dumont, de manhã cedo. E lá tinha, não tem mais, uma sala da empresa aérea chamada Riana. Ele certamente tinha alguma relação com esse pessoal”, disse Valladares no depoimento. “[Nas reuniões com Eduardo Cunha] tratávamos de todos os assuntos. Eram republicanos. Nunca paguei ao doutor Eduardo Cunha nenhum centavo por nenhum outro contrato que não fosse isso que nós estamos tratando [...] O pagamento foi feito para obter o empenho dele no interesse que era comum entre Odebrecht e Furnas”, afirmou Valladares.
“Doutor Marcelo (Odebrecht) me deu o número de R$ 50 milhões para eu colocar na mesa como oferecimento ao doutor deputado Eduardo Cunha para que ele, com esse dinheiro, buscasse o apoio político a critério dele, buscasse distribuir de tal forma que obtivesse o apoio político necessário para neutralizar esta ação, principalmente da Casa Civil”, disse. Segundo o ex-executivo da empreiteira, havia uma grande pressão exercida pela Casa Civil, comandada pela então ministra Dilma Rousseff, que era contrária à entrada de Furnas em Jirau.
CUT
O delator informou que a Central Única dos Trabalhadores (CUT) recebeu pagamentos da Odebrecht para evitar manifestações, greves e atos de violência nas obras da hidrelétrica de Santo Antônio. “A CUT foi o primeiro sindicato a chegar lá [no Rio Madeira] e se estabelecer. Estavam todos de olho [no contingente de milhares de funcionários que seriam necessários para construir as usinas de Santo Antônio e Jirau]. Sindicatos chegam que nem abelha para conquistar espaço. Mas o pessoal da CUT costumava cobrar de fato pedágios mensais para eles não apoiarem greve, atos de violência. Era preciso pagar a CUT”, disse Valladares no depoimento.
O ex-executivo da Odebrecht contou que foram feitos pagamentos, com a mesma finalidade, para um sindicato local de Rondônia. No vídeo, porém, não foi possível compreender o nome do sindicato citado pelo delator durante o depoimento.
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