Obra de mega-aquário é paralisada a pedido de construtora
Foto: Divulgação
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Uma das vitrines da gestão do ex-governador Cid Gomes (Pros) no Ceará, a construção do mega-aquário na praia de Iracema, em Fortaleza, foi paralisada por até dois
meses.
A pedido da principal responsável pela obra, a empresa americana ICM Reynolds, o secretário de Turismo do Estado, Arialdo de Mello Pinto, determinou a interrupção das atividades nos canteiros.
A suspensão foi iniciada no último dia 6 e deve durar até o atual governo analisar queixas protocoladas pela companhia em dezembro, segundo Pinho, ex-chefe da Casa Civil de Gomes, cujo aliado Camilo Santana (PT) foi eleito como sucessor ao governo.
"A empresa vem alegando que houve erros em medições e que não houve alguns pagamentos", afirma o titular da pasta.
Ele, porém, não especifica quais os débitos e erros no projeto apontados pela empresa. A reportagem não conseguiu entrar em contato com a ICM Reynolds.
A construção do aquário foi iniciada em 2012 e tinha inauguração prevista para janeiro deste ano, mas o prazo atual para a abertura de portas ao público saltou para o segundo semestre de 2017.
Atualmente, as obras estão orçadas em cerca de R$ 300 milhões --essa quantia não inclui um estacionamento, ainda sem preço estimado, e uma usina termelétrica exclusiva para alimentar o mega-aquário e que custará R$ 16,2 milhões no total.
Segundo o portal de transparência do governo do Ceará, já foram pagos R$ 125 milhões às empresas contratadas, sendo R$ 89 milhões para a ICM Reynolds.
Pinho diz que 65% da estrutura de concreto já está feita, obra que tem como principal responsável a CG Construções, empreiteira que afirma não ter paralisado as atividades. Segundo o secretário, os equipamentos do aquário estão 18% prontos.
Cid Gomes defendia o projeto, chamado de Acquario Ceará, como meio de atrair turistas o ano inteiro no Estado e inserir Fortaleza "no mapa do mundo".
"Estou lutando para fazer o aquário, não é pequena a resistência. Acho que é importante para colocar Fortaleza como cidade referencial para o mundo", disse o atual ministro da Educação em 2013, ao responder pergunta da Folha no programa "Roda Viva", da TV Cultura.
O aquário de 21,5 mil m² e 38 tanques pretende ser o quarto maior do mundo, com 15 milhões de litros de água.
O governo estima que a atração possa receber até 1,2 milhão de turistas por ano --número próximo ao 1,5 milhão de turistas que se registraram em hotéis em Fortaleza durante o ano de 2011.
RESISTÊNCIA
O projeto é criticado desde o anúncio, em 2009. Em 2013, manifestantes acamparam no entorno dos canteiros para impedir o avanço da obra.
No mesmo ano, a contratação da ICM Reynolds foi questionada pelo Ministério Público Federal e pelo Ministério Público Estadual, por ter sido feita sem licitação. O governo argumentou que a empresa tinha "notória capacitação" para esse tipo de obra.
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