Oficial da Polícia Militar denuncia corrupção no Paraná

O tenente fala que houve ordem do comando para que as cidades da fronteira não fossem fiscalizadas.

Oficial da Polícia Militar denuncia corrupção no Paraná

Foto: Divulgação

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Um vídeo postado ontem (02) na internet, onde o 1º tenente de Oliveira, da Polícia Militar do Paraná, faz denúncias sobre a corporação, já está repercutindo na rede. O oficial falou sobre a corrupção na região Oeste do Estado, em específico na região de fronteira. Ele trabalhou no 19º BPM (Batalhão de Polícia Militar) de Toledo, quando o major Wellington era comandante e afirma que havia acordo com contrabandistas.

 “As viaturas que deveriam fazer patrulhamento ostensivo na área urbana eram vistas nas rodovias da região, sem necessidade, porque o patrulhamento já era feito pela polícia rodoviária. Eu percebi que os policiais militares tinham objetivos diversos”, diz.

O tenente fala que houve ordem do comando para que as cidades da fronteira não fossem fiscalizadas.

 “Uma vez o major Wellington, comandante à época, disse no café da manhã para os oficiais, que a partir daquela data todos os tenentes estavam proibidos de irem fiscalizar as cidades de área do batalhão e que estavam na região da fronteira, sem que antes ele fosse avisado”.

O oficial falou que foi oferecido dinheiro para que ele entrasse no esquema de corrupção na área de fronteira.

 “Um dia no estacionamento, um tenente veio falar comigo e disse que eu estava prejudicando o esquema que existia na região e me ofereceu R$ 50 mil por mês para que no meu plantão eu não fiscalizasse os municípios que estavam na área de fronteira. Eu não aceitei, mas como a conversa não foi presenciada por ninguém, não tive como confeccionar uma parte, pois ele iria negar”.

A partir daí, de Oliveira diz que começou a ser perseguido na Polícia Militar. Ele saiu de férias e na volta foi informado que havia sido transferido. O oficial estranhou, pois faltavam tenentes no quadro do 19º BPM. De Toledo, ele foi para o 16º BPM, onde também teria sofrido represália. Um ano depois, em 2012, foi transferido para Curitiba, para atuar no FASPM (Fundo de Atendimento à Saúde dos Policiais Militares do Paraná). Lá, ele teria descoberto que as compras eram direcionadas para as mesmas empresas e quase tudo era adquirido em caráter de emergência.

Mais uma vez transferido, dessa vez para o 12º BPM, de Oliveira diz que denunciou o jogo do Bicho, mas foi ignorado pelo comando.

 “Fiquei sabendo do local onde era realizado o sorteio do jogo do Bicho e informei o comando. A ideia era realizar uma operação, mas para minha surpresa, o comandante disse que não iríamos nos meter nisso, que eu estava querendo arrumar confusão e que nesse tipo de negócio há muito interesses”.

Por não concordar com a atitude do comando, o oficial pediu transferência, mas antes foi encaminhado para a Diretoria de Pessoal da PM, onde diz que foi intimidado pelo coronel Washington, irmão do major Wellington que foi comandante dele em Toledo.

Depois disso, o oficial foi transferido para o 22º BPM, na segunda Companhia em Almirante Tamandaré, e afirma ter sido pressionado até ficar doente.

 “Comecei a me sentir mal e pedi autorização para consultar e tive essa autorização. Fui para o Hospital da Polícia Militar e o médico me deu 15 dias de atestado por estresse pós traumático, possivelmente por causa da forma que eu estava sendo tratado”.

No entanto, quando voltou, o oficial foi preso acusado de ter desertado.

 “Fiquei preso por 60 dias, segundo eles por ter desertado. Mas como pode isso se levei o atestado e ainda protocolei. Fiquei no presídio militar e não tive direito de defesa”.

Em 04 de fevereiro deste ano, o tenente foi absolvido pela Justiça da acusação de ter desertado.

De Oliveira diz que a corrupção na Polícia Militar é conhecida por todos os oficiais, mas que eles têm medo de falar.

O oficial relata que desabafou para que a população tenha conhecimento das coisas que acontecem na polícia e para que a sociedade se manifeste para combater a corrupção.

O vídeo com o ‘desabafo’ do policial tem duração de mais de uma hora. Em relação a denúncia de corrupção na região de fronteira, em Toledo, ele não específica o ano, mas possivelmente tenha sido entre 2009 e 2010.

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