No dia 29 de março, um crime brutal na saída de uma boate em Laranjeiras, na Zona Sul do Rio de Janeiro, estampou as manchetes dos jornais cariocas. No entanto, o que poucos sabem é que um dos envolvidos no assassinato de um jovem de 23 anos era jogador de polo aquático do Botafogo e da seleção brasileira júnior. Caio Luiz Barros de Lima, 22, conhecido como “Mamão” ou “Pacotão”, não foi o autor dos oito disparos que mataram Rodrigo Henrique Ribeiro Andrade, mas ele fazia parte do grupo que teria iniciado a confusão com a vítima ainda dentro da boate (Casa Rosa) e acabou detido pela polícia.
Eles responderão por homicídio, formação de quadrilha e três tentativas de homicídio contra os amigos de Rodrigo.
A prisão do atleta, que vestia a touca de número 10 do time, pegou de surpresa os membros da comissão técnica e os companheiros de treinamento de Caio. Procurado pelo ahe!, o técnico tanto da seleção quanto do Alvinegro, Ângelo Coelho, disse que tinha ordens do departamento jurídico do Botafogo para não se pronunciar sobre o assunto, mas deixou escapar que havia ficado “chocado” com o ocorrido.
- Ele sempre foi um atleta normal, muito tranquilo. Essa notícia nos assustou, nos pegou de surpresa mesmo. É um menino que sempre treinou muito bem e nunca deu qualquer tipo de trabalho para nós – limitou-se a dizer.
Caio ainda tem contrato vigente com o Botafogo, mas nenhuma atitude – como rescisão do vínculo, por exemplo – será tomada pelo clube até que o ele seja julgado. A família do jovem, que é de classe média alta no Rio de Janeiro, já providenciou um advogado para tratar do caso, e o Alvinegro acompanha as investigações apenas como espectador.
Caio Lima foi detido por policiais da Divisão de Homicídios (DH) junto a Henrique de Brito Vieira. Outros dois envolvidos – Pedro Luiz de França Neto, o Japa, que seria o autor dos disparos, e Gabriel Macedo Pires, o Gabiru – ainda estão foragidos. Segundo o delegado titular da DH, a confusão teria iniciado justamente com o atleta, que agrediu Rodrigo Henrique Ribeiro Andrade com um soco dentro da Casa Rosa, uma boate na Rua Alice, em Laranjeiras.
Após ser expulso do local com os amigos pela segurança, Caio, Gabiru e Japa foram até o bairro da Urca, também na Zona Sul, pegar uma pistola 9 milímetros, que foi usada no assassinato. No caminho, os três pediram para que Henrique desse cobertura à ação. A polícia informou que Rodrigo foi atingido por oito tiros e morreu na hora. Caio alegou a polícia que teria iniciado a briga porque Rodrigo estaria encarando um de seus amigos. Caio então teria dado um soco no rosto da vítima.
A reportagem procurou ainda alguns companheiros de treinos de Caio no Botafogo, mas nenhum deles retornou o contato.