Até às 8h, quatro presos já haviam sido encaminhados para a sede da Delegacia Seccional Sul, no bairro Colônia Oliveira Machado, na Zona Sul de Manaus, juntamente com o material apreendido
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Material e presos estão sendo encaminhados a seccional da delegacia central de Manaus (AM).
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A Polícia Civil deflagrou na manhã desta sexta-feira (23), em Manaus, a Operação Estocolmo para prender integrantes de uma rede de exploração sexual infanto-juvenil.
De acordo com o delegado geral de Polícia Civil, Josué Rocha, as investigações correm em segredo de Justiça.
Cinquenta policiais civis participam da operação, que também conta com o apoio de uma equipe da Polícia Federal. Ao longo da manhã vários mandados judiciais de prisão e busca e apreensão estarão sendo cumpridos na capital.
Um dos mandados de busca e apreensão ocorreu no apartamento do cônsul da Holanda, Vitório Nyenhuis, no condomínio Riviera da Ponta Negra, no bairro Ponta Negra, na Zona Oeste de Manaus, onde algumas mídias foram apreendidas e serão encaminhadas para a perícia técnica.
Outro mandado de busca e apreensão ocorreu no condomínio Jardim Europa, também na Ponta Negra.
Até às 8h, quatro presos já haviam sido encaminhados para a sede da Delegacia Seccional Sul, no bairro Colônia Oliveira Machado, na Zona Sul de Manaus, juntamente com o material apreendido.
Cumplicidade
Batizada de Operação Estocolmo, o nome é uma alusão à síndrome de Estocolmo, um estado psicológico em que a vítima de um sequestro ou detida contra sua vontade cria laços afetivos com o raptor.
A síndrome surge a partir de tentativas por parte da vítima de se identificar com o captor, o que faz com que o prisioneiro desenvolva um laço afetivo contra o seu algoz.
Esta “solidariedade” pode muitas vezes tornar-se numa verdadeira relação de cumplicidade, chegando muitas vezes as vítimas a defender os seus sequestradores e mesmo a ajudá-los a fugir ao cumprimento da lei.
Prevenção
Às vésperas da Operação Estocolmo ser deflagrada, o empresário Waldery Areosa Ferreira conseguiu autorização da Justiça do Amazonas para ter acesso ao inquérito policial aberto pela Delegacia Especializada em Proteção e à Criança e ao Adolescente (DEPCA), no qual é, em tese, investigado, às vésperas da operação ser posta em prática.
A autorização foi dada pelo juiz plantonista Julião Lemos Sobral Júnior na última terça-feira (20), que pediu esclarecimentos da titular da referida especializada, Linda Gláucia de Moraes, num prazo de 48 horas. O Ministério Público do Estado (MPE/AM) se posicionou contra a decisão.
Na ação movida contra Linda Gláucia, o empresário Waldery Areosa afirma ter recebido informações, “através de rumores”, da abertura de uma investigação contra ele na DEPCA. No pedido ao juiz, ele afirma ter o direito de ser informado sobre a investigação.
“Como é de notória sabença, ainda que o inquérito esteja sob segredo de justiça, as autoridades policiais devem garantir o amplo acesso do investigado aos autos para que este exerça seu direito de defesa, conforme a inteligência da Súmula Vinculante 14, do Supremo Tribunal Federal”, argumenta a advogada do empresário, Jéssica Gomes Ferreira, em pedido enviado à Justiça no último dia 20 deste mês.
A defesa do empresário ainda argumenta ter informação de que a delegada Linda Gláucia “está requerendo de forma açodada e arbitrária a prisão preventiva do paciente, em flagrante violação às garantias constitucionais da presunção da inocência e não culpabilidade, o que provocará constrangimento ilegal e graves prejuízo sem seu patrimônio moral”.