MENSALÃO - Barbosa condena cúpula do PT e diz que Dirceu 'comandou empreitada criminosa'

MENSALÃO - Barbosa condena cúpula do PT e diz que Dirceu 'comandou empreitada criminosa'

MENSALÃO - Barbosa condena cúpula do PT e diz que Dirceu 'comandou empreitada criminosa'

Foto: Divulgação

Receba todas as notícias gratuitamente no WhatsApp do Rondoniaovivo.com.​

Relator condena oito réus por corrupção ativa, entre eles o ex-chefe da Casa Civil, Genoino e Delúbio; ministro absolve Geiza Dias e Anderson Adauto
O ministro-relator do processo do mensalão, Joaquim Barbosa (foto), condenou nesta quarta-feira oito dos dez réus acusados pela prática de corrupção ativa, entre eles o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares e o ex-presidente da sigla José Genoino. De acordo com o ministro do STF, Dirceu "comandava o destino da empreitada criminosa" e estava por trás da negociação dos recursos que alimentavam o esquema de compra de apoio na base aliada do governo Lula. 
Além da cúpula do PT, foram condenados o publicitário Marcos Valério, seus ex-sócios Cristiano Paz e Ramon Hollerbach, o advogado Rogério Tolentino e a ex-gerente da SMP&B Simone Vasconcellos. Barbosa absolveu a ex-funcionária da SMP&B Geiza Dias e o ex-ministro Anderson Adauto. 
Barbosa apoiou a condenação de Dirceu na avaliação de que seria "impossível" acatar a tese de que o ex-ministro não tinha conhecimento da realização de pagamentos a parlamentares, operada por Delúbio e Marcos Valério.  Para o relator, o ex-ministro agia como o "negociador" dos recursos que abasteceram o valerioduto e foi o "mandante das promessas de pagamentos indevidos aos parlamentares".
"Está comprovado que Dirceu comandava o destino da empreitada criminosa", afirmou o relator. “José Dirceu efetivamente comandou a atuação de Marcos Valério e Delúbio Soares." Barbosa, que fez uma longa exposição sobre a participação de Dirceu em reuniões com dirigentes dos Bancos BMG e Rural, em companhia de Valério e Delúbio, ressaltou que coube a ele intermediar a busca por recursos para o esquema. “O acusado José Dirceu é revelado como o negociador na obtenção de recursos usados no esquema de compra de apoio político.” 
Embora tenha se debruçado principalmente na relação entre Dirceu, Delúbio e Valério em seu voto, Barbosa também detalhou seu parecer sobre Genoino. O petista, segundo ele, negociava valores e intermediava transações junto ao PP e ao PTB do deputado Roberto Jefferson. Foi também sob sua gestão no comando do PT que a sede foi transformada em uma espécie de "central" para reuniões entre Valério, Delúbio e parlamentares beneficiados pelo esquema. 
Sobre o ex-ministro Anderson Adauto, Lewandowski concorda com Barbosa. "É como se alguém viciado em maconha e cocaína fosse procurado por alguém que quer usar o entorpecente e manda procurar um traficante. Isso não faz dessa pessoa um traficante", disse. O revisor absolve Anderson Adauto
'Aspecto temporal'
Ao firmar um elo entre Dirceu e os operadores do mensalão, Barbosa apoiou-se principalmente no fato de o ex-ministro ter se reunido com dirigentes dos bancos Rural e BMG. Os encontros, que contavam com a presença de Valério e Delúbio, ocorreram quase simultaneamente à liberação de empréstimos fraudulentos pelas duas instituições, de acordo com o relator. Também foram realizados na mesma época em que o governo obteve vitórias importantes no Congresso, como a votação das reformas tributária e previdenciária. 
Barbosa refutou a tese de que o relacionamento entre Dirceu e dirigentes dos dois bancos poderia ser considerado "normal" dadas as atribuições do chefe da Casa Civil. “O problema não é o ministro receber diretorias de instituições financeiras, mas sim o contexto em que se deram essas reuniões”, declarou. "Diante do contexto de proximidade entre Dirceu e Valério, considero impossível acolher a tese de que Dirceu não sabia que Valério fazia pagamentos em espécie em nome do PT aos novos líderes da base aliada".
“Delúbio Soares e Valério uniram-se para distribuir grande parte do dinheiro a parlamentares que mantinham reuniões com o acusado José Dirceu na Casa Civil. Portanto, reveste-se de relevância o aspecto temporal”, disse Barbosa. Segundo o relator, a denúncia comprovou que "José Dirceu exerceu o controle e execução dos atos".
Para Barbosa, ficou comprovado ainda que não se tratava apenas de uma composição de alianças em torno do governo Lula e sim da compra de apoio em votações específicas no Congresso, como as das reformas da Previdência e tributária. “Houve grande distribuição de recursos a parlamentares da base aliada que votaram a favor das emendas constitucionais já mencionadas”, disse.
Versões
O ministro do STF também rechaçou a versão da defesa dos acusados de que o esquema configurava apenas um caixa 2 eleitoral. "Valério e Delúbio tentaram blindar Dirceu para reforçar a tese de caixa 2”, afirmou o relator.
Ao relembrar a notícia de que o Banco Rural teria prestado favores à ex-mulher de Dirceu, Angela Saragoça, Barbosa afirmou que os acontecimentos deixavam evidente a influência do ex-ministro sobre os demais réus. “Valério foi informado dos anseios de Ângela e intermediou os favores (...) Por fim, outros fatos revelam o poder do acusado sobre os co-réus na empreitada criminosa”, afirmou o ministro do STF em seu voto.
 
Direito ao esquecimento

A política de comentários em notícias do site da Rondoniaovivo.com valoriza os assinantes do jornal, que podem fazer comentários sobre todos os temas em todos os links.

Caso você já seja nosso assinante Clique aqui para fazer o login, para que você possa comentar em qualquer conteúdo. Se ainda não é nosso assinante Clique aqui e faça sua assinatura agora!

Na sua opinião, qual companhia aérea que atende Rondônia presta o pior serviço?
Você ainda lê jornal impresso?

* O resultado da enquete não tem caráter científico, é apenas uma pesquisa de opinião pública!

MAIS NOTÍCIAS

Por Editoria

PRIMEIRA PÁGINA

CLASSIFICADOS veja mais

EMPREGOS

PUBLICAÇÕES LEGAIS

DESTAQUES EMPRESARIAIS

EVENTOS