A informação é da Junta Internacional de Fiscalização de Entorpecentes (Jife) da Organização das Nações Unidas. O relatório que chegou as autoridades brasileiras e aos Conselhos de Farmácia dos Estados demonstra que o Brasil lidera n ranking mundial de consumo de anorexígenos, usados principalmente como moderadores de apetite. A taxa de consumo no Brasil é mais que o dobro da dos Estados Unidos, segundo o Jife.
Esta é a terceira vez que a Junta divulga o relatório anual em que o Brasil se mantém na liderança.
A presidente do Conselho Regional de Farmácia, CRF RO/AC, Nelcina Azevedo viu com muita preocupação o anúncio do Jife. Ela explica que, os anorexígenos são medicamentos que inibem o apetite ou a sensação de fome. As substâncias mais consumidas são a phentermina (45%), fenproporex (23%), anfepramona(18%), mazindol (9%) e phendimetrazina (4%).
Esses medicamentos também podem ser receitados para distúrbios do sono e distúrbio no déficit de atenção.
Nelcina diz que o uso indiscriminado pode resultar em dependência química, porque estimula o sistema nervoso central e produzir sérios efeitos como comportamento violento, alucinações, convulções, coma e até a morte, como aconteceu com uma modelo brasileira no ano passado.
“É necessário que as autoridades competentes preparem ações para tentar reverter essa situação” , destacou a presidente.
Uma das atitudes ressaltada pela Jife é um controle mais rigoroso do governo para frear o consumo, como aconteceu no Chile e na França. Nelcina enfatizou ainda que os profissionais da área de saúde também precisam assegurar o equilíbrio entre o benefício e o risco que o paciente pode ser vítima.