Um exemplo que bem evidencia uma realidade de sofrimento e dificuldades enfrentadas por expressiva parcela do segmento produtivo rural pode ser encontrado na Vila Campinas.
*O agricultor Antonio Manoel da Silva relatou à reportagem que perdeu 10 toneladas de milho na safra passada, por absoluta falta de condições de armazenagem e escoamento, oferecidas pela Cageacre – Companhia de Armazenamento Geral e Entreposto do Acre.
*A matemática é cruel com o agricultor. Entre armazenamento, secagem e limpeza do milho, ele paga R$ 12,00 por tonelada. Além disso, a Cageacre cobra R$ 80,00 para transportar 10 toneladas de soja. "Nós estamos abandonados, não temos apoio e, muito menos, incentivos. A situação é ruim para todo mundo aqui", sentenciou Antonio Manoel.
*O agricultor reforça ainda que, mesmo que conseguisse escoar as 10 toneladas de milho até a zona urbana, não poderia vender por causa do preço. "A gente não consegue armazenar, escoar e nem, vender", lamentou. Ele explicou que o valor cobrado pela Cageacre é superior ao preço de mercado.
*Não quer sacolão
*O agricultor condenou, ainda, a política do governo do Estado de entregar sacolões aos agricultores da região, como forma de compensação. "Aqui ninguém quer esmola, queremos condições para trabalhar e produzir, para sustentar nossas famílias com dignidade", desabafou.
*Na opinião dele, o atual governo não tem uma política definida para a agricultura, para o campo em geral, fazendo com que muita gente abandone