Nova droga já matou mais de 30 pessoas na fronteira

Nova droga já matou mais de 30 pessoas na fronteira

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Foto: Divulgação

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*O "oxi", nova droga que está sendo consumida na fronteira do Acre com o Peru e a Bolívia, já matou pelo menos 30 pessoas. Essa, pelo menos, é uma das conclusões de uma pesquisa apresentada ontem pela manhã no auditório da Assembléia Legislativa (Aleac) pela Rede Acreana de Redução de Danos (Reard) em parceria com o Ministério da Saúde.

*De acordo com Álvaro Augusto Mendes, presidente da Reard, o objetivo central da pesquisa era fazer um levantamento dos usuários de mescla na região de fronteira. Segundo ele, é muito consumida no Estado e a Rede estudava a vulnerabilidade das pessoas em relação à droga.

*Para a surpresa da equipe que fazia o trabalho de levantamento de dados e entrevistas, foi descoberto o uso de um novo tipo de droga, muito mais pesada e com conseqüências mais graves ao organismo. Ao consumir a droga, segundo Álvaro, as pessoas vomitavam, defecavam e ficavam em estado de êxtase.

*Danos mais graves ao organismo ainda não foram estudados e o objetivo, agora, depois da apresentação dos primeiros resultados, é ver, do ponto de vista científico, a reação da droga com os efeitos do álcool. Álvaro faz questão de enfatizar que das 75 pessoas entrevistadas, pelo menos a metade delas morreram, "provavelmente devido ao uso contínuo desta nova droga", enfatizou.

*Entre os entrevistados pela pesquisa estão jovens na faixa etária de 18 até 32 anos. A maioria, segundo o relatório, são homens solteiros com baixa escolaridade. São estudantes ou desempregados ou, no máximo, trabalhando em "bicos" cuja renda não ultrapassa os dois salários mínimos. Cerca de 63% dos entrevistados têm filhos e apenas 20% vivem com a família.

*Os pesquisadores ficaram impressionados com o uso precoce da droga, uma vez que crianças a partir de nove anos já estavam consumindo o "oxi" e também com os próprios efeitos imediatos causados nos usuários. "Vamos estudar, agora, a vulnerabilidade da droga em relação a doenças como a aids e a hepatite", frisou.

*Com a apresentação dos resultados da pesquisa, a Reard pretende, agora, envolver as autoridades estaduais e municipais para tentar reduzir os danos tanto da mescla quanto do "oxi" no organismo. "Vamos estudar o uso da droga com o álcool, já que o consumo deste faz parte da nossa cultura, é barato e de fácil acesso", afirmou.

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