Acre terá investimentos do Projeto Calha Norte

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Foto: Divulgação

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Pela primeira vez na história, o Acre terá acesso a recursos do programa Calha Norte, vinculado ao Ministério da Defesa e às Forças Armadas, para investimentos em obras de infra-estrutura. Serão R$ 42 milhões a serem aplicados, durante o ano de 2005, em estradas estaduais e vicinais. O anúncio da aplicação dos recursos - que permitirá a conclusão da Estrada do Agricultor, na região do Abunã, e do prolongamento da Transacreana - foi feito, na noite de terça-feira, pelo governador Jorge Viana e o almirante Miguel Ângelo Davena, secretário de políticas estratégicas e assuntos internacionais do Ministério da Defesa, ao qual o Calha Norte está diretamente vinculado. O almirante veio ao Acre acompanhado de pelo menos 30 oficiais superiores do Exército, da Aeronáutica e da Marinha, conhecer a realidade do Estado para, segundo ele, a partir daí, ajudar na implantação das obras programadas. Além do governador, os militares também visitaram o prefeito Raimundo Angelim e também estiveram no interior. O encontro do governador Jorge Viana com os militares em Rio Branco foi, na verdade, o desdobramento de uma reunião ocorrida em Brasília, na semana passada, envolvendo, além do governo do Acre, a bancada federal, com o vice-presidente da República e ministro da Defesa, José Alencar. Os recursos a serem investidos são oriundos do Orçamento Geral da União (OGU) alocados através de emendas de bancada por deputados federais e senadores do Acre. "Este é o primeiro ano em que o Programa Calha Norte contempla o Estado do Acre. São recursos para obras cuja destinação é o desenvolvimento das vias estruturantes do Estado. Nenhum desses recursos serão gastos com despesas militares", destacou o almirante Davena. "Os recursos foram apenas confiados ao Calha Norte e aqui nós vamos trabalhar em parceria com o governo do Estado, acrescentou. O governador Jorge Viana disse que o programa Calha Norte é um programa ágil, que tem eficiência e aplicação. "Tomamos conhecimento da existência desse programa, pelo coordenador da nossa bancada em Brasília, o deputado federal Nílson Mourão, e decidimos nos juntar. Conseguimos pôr esses R$ 42 milhões em obras de infra-estrutura na Capital e no interior, feitas pelo Estado e pelos municípios", disse Jorge Viana. "Vamos ter obras de estradas vicinais por parte do governo do Estado e de infra-estrutura pelo prefeito Angelim aqui em Rio Branco, além do trabalho de outras prefeituras. O apoio do almirante Davena, que coordena o programa, do ministro da Defesa José Alencar, nos permitirá inaugurar muitas obras importantes. Este ano, se Deus quiser o vice-presidente e ministro da Defesa estará aqui para entregar muitas obras executadas graças a essa parceria", acrescentou o governador. Segundo ele, a união entre o governo, inclusive com o Ministério da Defesa e seus militares, envolvendo o governo do Estado, a bancada federal e as prefeituras vêm dando muito certo. "É assim que o presidente Lula quer que trabalhemos. Ele quer a Amazônia se desenvolvendo de forma sustentável e com muitas melhorias nas áreas de fronteira. Eu acho que o Calha Norte executa o sonho do presidente Lula e de todos nós", disse. Estado não teme internacionalização, diz Jorge Viana No salão nobre do Palácio Rio Branco, governador fez palestra aos militares na qual um dos assuntos abordados foi a eterna discussão em torno da cobiça internacional e até de uma possível internacionalização da Amazônia. O assunto consta da ordem do dia dos militares das três organizações que compõem as Forças Armadas - Exército, Marinha e Aeronáutica - do país. De acordo com o governador, no Acre este é um assunto que menos causa preocupação. "O acreano não teme a ameaça de internacionalização porque, de alguma forma, o Acre já nasceu globalizado", disse Jorge Viana, lembrando que as relações comerciais da região, no início do século passado, se davam, fundamentalmente, com o exterior. "Nosso produtos - a borracha e a castanha - tinham destinação com o mercado externo. Na segunda guerra mundial, a nossa borracha foi o combustível que propiciou boa parte da vitória dos aliados. Então, se temos essa relação externa desde o princípio da nossa formação, não nos preocupamos com isso - até porque conhecemos o espírito dos integrantes das nossas Forças Armadas e seus compromissos com o Brasil e com uma das regiões mais belas do planeta, que é a Amazônia", disse. A preocupação fundamental do Acre, no momento em que o Estado vive sob a égide de um governo que se identifica como sendo da floresta, é, segundo Jorge Viana, aprofundar cada vez mais ações políticas e administrativas com vistas à vinculação com o setor florestal. "Essa inspiração, aliás, nem é nossa. Vem do surgimento do próprio Acre, porque, lá atrás, alguém descobriu que a borracha era a gasolina da guerra. Mas, à medida que não tememos a chamada internacionalização, temos preocupação em ganharmos dinheiro com a floresta", disse. Para o governador, o chamado mercado, para quem vive nesta região do país, não é São Paulo. "Nosso mercado mais promissor está num raio de 1 hora de avião, cerca de 1 mil quilômetros de distância, nos países andinos do Peru e da Bolívia, onde vivem 30 milhões de consumidores em potencial. Chegar a eles é o nosso objetivo. Por isso, contamos com o apoio do Calha Norte para preparar nossa infra-estrutura em busca do desenvolvimento desejado", disse.
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