MERCADO: Soja despenca mais de 4%, acompanhando demais commodities

O dia é de aversão ao risco e fuga dos investidores dos ativos mais arriscados

MERCADO: Soja despenca mais de 4%, acompanhando demais commodities

Foto: Divulgação

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Acompanhando a baixa generalizada das commodities, a soja intensifica e aprofunda suas baixas na Bolsa de Chicago nesta segunda-feira e, por volta de 11h40 (horário de Brasília), as perdas variavam de 57 a 63 pontos, superando os 4%.  Entre os derivados, as baixas do farelo também passavam de 4%, enquanto o óleo cedia mais de 3%. Milho e trigo acompanhavam as perdas intensas e também cediam mais de 2%. 
 
Parte da pressão vem do petróleo, que chegou a cair mais de 5% durante a manhã de hoje, levando o barril do WTI a perder o patamar dos US$ 89,00, ajudando a desencadear perdas intensas e generalizadas não só entre as commodites energéticas, mas também agrícolas e metálicas. 
 
O dia é de aversão ao risco e fuga dos investidores dos ativos mais arriscados. 
 
"A semana começou azeda. A China cortou a taxa de juros, o que foi inesperado e acabou levantando temores de um desaquecimento maior do que o esperado. O mercado já está trabalhando com um crescimento mais perto de 3%, o menor desde o início da década de 1990", explica o analista de mercado Eduardo Vanin, da Agrinvest Commodities. 
 
Além disso, volta a crescer a tensão entre Taiwan e Estados Unidos com a visita de uma nova delegação norte-americana à ilha asiática. No mesmo momento, tanto a China, quanto os EUA praticam exercícios militares no Estreito de Taiwan, o que ajuda a deixar o mercado ainda mais nervoso. 
 
Também sobre os grãos negociados na CBOT pesam os últimos números do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) e o clima no Corn Belt. 
 
"O clima é mais benéfico para os próximos dias, com temperaturas mais amenas e mais chuvas para as regiões mais sofridas. A soja esse ano ganhou do milho 900 mil acres nos estados de Iowa, Illinois e Indiana, onde as condições estão melhores em relação ao ano passado. Além disso, o USDA revisou para cima o estado de Ohio, onde a soja também ganhou área", complementa Vanin.
 
Os últimos mapas do NOAA, o serviço oficial de clima dos Estados Unidos, com as anomalias de chuvas e temperaturas para os próximos 6 a 10 dias - de 20 a 24 de agosto - sinalizam condições mais favoráveis, em especial para a soja, que ainda conta com tempo para se recuperar durante este restante de mês e início do próximo. 
 
 
 
 
 
"A semana começa com os modelos GFS e Europeu alinhando suas previsões climáticas para os próximos 10 dias. Ambos indicam chuvas leves e temperaturas mais amenas para o Meio-Oeste e toda a região sul dos EUA. Os únicos conflitos que podemos identificar nos modelos de hoje, são nas indicações do modelo Europeu, que traz chuvas leves no norte do Nebraska, sul do Kansas, e diferenças pontuais nos volumes previstos no oeste de Illinois, Indiana e Ohio", afirma o diretor geral do Grupo Labhoro, Ginaldo Sousa.
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