Aproximam-se as eleições municipais e, com elas, a temporada de denúncias contra prefeitos, principalmente. Ao contrário do que se poderia imaginar, no entanto, a divulgação de certos atos poucos edificantes de algumas autoridades e homens públicos – ou de seus eventuais parceiros – é salutar para o exercício da democracia. Assim, podem os eleitores se precaver contra lobos travestidos em pele de cordeiros que, ao longo de seguidos e penosos anos, vêm dominando o cenário politico nacional. Afinal de contas, quem postula um cargo público, independente do nível de poder, precisa fazer de sua vida um livro aberto, pois vai lidar com o patrimônio do povo e, portanto, com o destino dos cidadãos.
O Brasil, reconhecidamente, até que tem avançando com bastante desenvoltura no sentido de apurar e punir os predadores dos dinheiros públicos. Nos últimos vinte anos, escorraçamos um presidente da República, cassamos deputados e antecipamos o mandato de alguns presidentes do Senado. Isso sem falar na quantidade prefeitos e vereadores que tiveram seus mandatos detonados por força de sérias acusações. Alguns até que se esforçaram para voltar à berlinda, mas foram riscados para sempre do mapa politico. Aqui mesmo em Porto Velho tivemos um exemplo disso.
Mas é preciso que as coisas caminhem de maneira mais rápida e com toda a transparência, pois a sociedade brasileira anda saturada com tantas bandalheiras. Quem se julgar inocente, pois então que prove que não tem culpa no cartório, sem, contudo, apelar para velhas e manjadas práticas destinadas a empurrar o caso com a barriga até o suspiro final. Lugar de quem rouba dinheiro público é na cadeia, e não passeando em carrões, morando em mansões e apartamentos de luxo, e comendo em restaurantes caros.