OPINIÃO: A saída cada vez mais difícil - Por Valdemir Caldas

Por Valdemir Caldas

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Práticas politicas arraigadas têm contribuído para o agravamento das crises contra as quais se debate a população brasileira. Infelizmente, de onde seria justo esperar mudanças iniciadas pelo próprio comportamento pessoal, no caso a classe politica, o que se observa é exatamente o contrário, com as devidas exceções. À falta desse exemplo, o que se vê é um clima de “salve-se quem puder”, em geral associada à “Lei de Gerson”.

Muitos condenam o nepotismo, o fisiologismo, o clientelismo e tantos outros ismos deploráveis. Acusam membros do Executivo de dilapidarem o patrimônio público, mas não perdem a oportunidade de carrear para seus próprios bolsos parte substancial dos impostos pagos pelos contribuintes, por meio de mordomias, e até de cirurgias para correção estética.

O anúncio de apurações rigorosas e punições exemplares, em geral, não tem passado desse primeiro passo, de sabor nitidamente propagandístico. Enquanto segmentos da sociedade vivem na corda bamba sem serem malabaristas, políticos e autoridades públicas frequentemente são apanhados com a mão na cumbuca do erário, usando e abusando de verbas públicas que em nada se coadunam com o exercício do cargo.

E o condenável em tudo isso é que se não observa o ressarcimento dos recursos gastos indevidamente, como se essas pessoas fossem superiores aos cidadãos que os elegem, quando carreiam para suas contas bancárias parte da contribuição com que a população pensa concorrer para ver seus problemas resolvidos. Em substância, há uma diferença abissal entre o ressarcimento que a sociedade reclama, e raramente acontece, e os privilégios que muitos deles abocanham.

Assim, fica difícil acreditar que um dia a população brasileira encontrará a saída do abismo no qual a esperteza de políticos e autoridades pública a lançou. Muitos acham imoral a conduta de membros do Executivo. Em vez de rechaçar o gesto, procedem de maneira igual ou pior.

 

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