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Foto: Divulgação
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PAULO COSTA CARVALHO – Poetamigo de Recife, PE.
Nossos neurônios
Solfejam os poemas
Que nascem
No coração.
***
Quando só restarem cinzas,
Deus se perguntará o que fazer
Com o pó da insensatez.
***
A lágrima é
A prece da
Alma.
***
As marcas
do tempo
são nossas.
Guardemo-las
com os olhos
de realidade.
***
ARREPIO
Do olhar inquieto
Nas imperfeições,
Me afligem as pessoas sem disfarces,
Sem máscaras
E o confrontar-me arrepiante
Com o alicerce frágil
Da vida real.
***
FETICHE
Não precisas sorrir
Com teu batom carmim
Nem cobrir-me com tua
Sensorial nudez.
Toma conta de mim,
O hipnótico fetiche
Do teu vestido branco.
***
ABRUPTO
Pensar-te despertar
Do sonho ininterrupto...
E fazer o que com a vida
Num vazio abrupto?
***
ESPELHO
O espelho interior
assusta,
é autoindulgente,
é compassivo,
mas não mente.
***
GRITO
Enfeitam-me a alma
As cores.
E os rituais do carnaval
E eu lhes devo
Meus passos
E meu grito guardado.
***
FOTOGRAFIA
Na fotografia guardada,
Há um momento
Congelado do tempo remoto
Que, às vezes, de súbito,
Enrubesce o pálido presente
Do abstraído coração.
***
FLORES SOLIDÀRIAS
Triste é a alma
Do habitante prisioneiro,
Sem interlocutores.
Na emergência instintiva,
Imagina flores solidárias
A lhe ouvirem
Súplicas silenciosas,
Enquanto as paredes
Tomam o lugar das falas.
***
NO JARDIM
Ver-se no jardim,
Repousar-se das falas,
Juntar-se à graça
E à natureza,
É encontrar-se.
***
QUANTOS
Quantos verões
De sorrisos fartos
Quantos abraços
Deixados para trás
Quantos desencontros
A amargarem as bocas
Quantos frevos carnavais
De doces beijos coloridos
Quantos sonhos a quererem
Ser reais
Quantos amores
Que não voltam mais.
***
MINHA PRIMAVERA
Ao teu chamado,
olhei pra trás,
te vi acenando,
me convidando para amar
e enfeitando, com o olhar,
a primavera.
***
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