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HOMENAGENS PÓSTUMAS
M.L.C. Nº 022 – 9 de janeiro de 1992.
FRANCISCO ANDREOLI - Ji-Paraná, RO.
ENTREVISTA
M.L.C. Nº 023 – 16 de janeiro de 1992.
DOM HÈLDER CÂMARA
Vamos exigir que os governantes tenham coragem de nos dizer a verdade sobre o Brasil. O Brasil suporta as verdades, não precisa de mentiras.
M.L.C. Nº 024 – 23 de janeiro de 1992.
ENO TEODORO WANKE – Rio de Janeiro, RJ.
Experiência
São os meus sapatos
A um canto
Empoeirados de mundo.
M.L.C. Nº 026 – 6 de fevereiro de1992.
JOSÉ AILTON FERREIRA “BAHIA”
Ministério da (I)moralidade adverte:
Roubar a consciência de um povo
Faz mal a dignidade e fere o patriotismo.
M.L.C. Nº 054 – 20 de Agosto de 1992.
KLEON MARYAN – Porto Velho, RO.
A um homem faminto dificilmente
Acontecem sentimentos nobres e elevados.
Sua mente está presa ao estômago.
28.Maio.1994 – M.L.C. nº 152.
SÉRGIO VALENTE – Porto Velho, RO.
Em vez que prender os assassinos, ladrões, estupradores etc., deveriam prender os honestos: são tão poucos que sobraria lugar nas cadeias brasileiras. Rarará.
.
1º.Abril.1995 – M.L.C. nº 207.
ISMÊNIA FONSECA FARAONE – Americana, SP
LASCAS
Antigamente
sofria muito
com as “lascas”
hoje... estou tão “lascada”
que podem lascar tudo
que não sinto nada!
ESTHER MOURA – Rio de Janeiro, RJ
DESABAFO
Pobre da minha velhice!
Sem apoio ou proteção,
tenho que sobreviver
com um salário de pensão.
7.Abril.1995 – M.L.C. nº 208.
BENVINDO PEREIRA – Porto Velho, RO
Somos pingos da mesma chuva
12.Maio.1995 – M.L.C. nº 214.
ROSEMARY LOPES PEREIRA – Apucarana, PA.
*Toquei as estrelas com os dedos da alma.
*Sou mística. Andarilha dos espaços abertos. Vejo alem dos olhos.
*Paro nas tuas esquinas para escutar a voz dos teus ventos.
26.Maio.1995 – M.L.C. nº 216.
AURÉLIO LOIOLA – Paulista, PE
CRIAÇÃO
Onde
há preconceito
não pode haver
criatividade;
a mensagem é distorcida
plena de cumplicidade.
1º.Julho.1995 – M.L.C. nº 223.
AMÉLIA SPARANO – Rio de Janeiro, RJ
RODÍZIO
Vida, fermento impuro
Da escura terra
e a podridão do adubo
a flor e o fruto,
o pólen e a semente.
E logo,
pétalas murchas,
polpa putrefata
criando adubo
a alimentar a vida.
16.Setembro.1995 – M.L.C. nº 234.
ALBERTINA MOREIRA PEDRO – Rio de Janeiro, RJ
Pelos caminhos que andares,
separa o joio da espiga,
para que a mão que apertares
não venha a ser inimiga.
MARINA DE FÁTIMA DIAS – Campo Grande, MS
No papel
Flores pequeninas...
Suave decoração
Deixo em suas linhas
Flores da inspiração
São meus versos
Ornamentos do coração.
30.Dezembro.1995 – M.L.C. nº 249.
LEONILDA HILGENBERG JUSTUS – Ponta Grossa, PR
SAUDADES
Prendi a saudade
no varal
da conformação.
6.Janeiro.1996 – M.L.C. nº 250.
FLÁVIO RUBENS ARANTES BARROSO – Rio de Janeiro, RJ.
CANDELABRO
O cão deixou
o cheiro
do corpo
no poste
da esquina.
Juntamente
ontem,
onde bolsas
balançaram
e homens
cumpriram
o abdômen.
8.Junho.1996 – M.L.C. nº 270.
ILKA BRUNILDE LAURITO – São Paulo, SP
Folclórica 3
O mundo tem
entrada e saída.
Eu:
estou de visita.
(Quem pôs
a vassoura
atrás da porta
do invisível?)
NILTO MACIEL – Brasília, DF
Refração
Antigamente eu era grande,
muito grande,
Tocava as estrelas
com as pontas dos dedos
e elas, de tão miúdas,
até se apagavam.
JACK RUBENS – Porto Alegre, RS
Dos teus seios
Nos meus devaneios
E pelos meus beijos
Sei-os
Cheios de anseios
5.Julho.1996 – M.L.C. nº 274.
ENO TEODORO WANKE – Rio de Janeiro, RJ
Era uma cobra venenosa. Ficava falando mal de todas as cobras suas conhecidas.
30.Agosto.1996 – M.L.C. nº 282.
CECÍLIA FIDELLI – Taboão da Serra, SP
Trincou o ajuste do
meu coração. Sabe,
aquela pecinha que
parece inquebrável
por onde passa a emoção?
ZANOTO – Varginha, MG.
La fora, de noite
como joias absurdas e belas
o orvalho debulha-se.
27.Setembro.1996 – M.L.C. nº 286.
MITSUKO KAWAI – São Paulo, SP.
Quando sinto
nostalgia do amigo distante
revive no meu ouvido
a voz que sussurrou
as palavras de despedida
Parece que
ouço a voz
quando leio e releio a carta
do amigo que chamou de
longe
atravessando várias fronteiras
15 e 16.Novembro.1996 – M.L.C. nº 293.
JOANYR DE OLIVEIRA – Brasília, DF
EPITÁFIO
Os casulos do silêncio
recolhem meu rosto,
meu canto e meu nome.
Entre arranjos e estrelas,
minha essência navega
o esplendor dos milênios
Doce é o sabor do infinito.
21.Novembro.1997 – M.L.C. nº 345.
LARI FRANCESCHETTO – Veranópolis, RS
Semeio versos
para colher salvação,
pois o verme/ a frágil carne
aprisiona/ e come.)
8.Janeiro.1998 – M.L.C. nº 352.
ANTÓNIO ZOPPI – Americana, SP – 352 –
SAPATOS
São dois boêmios errantes
sem rumo sem direção,
transportando, vacilantes,
minha enorme solidão.
29.Janeiro.1998 – M.L.C. nº 355.
EUNICE ARRUDA – São Paulo, SP
CONSTATAÇÃO
diante do morto :
como fiz
pouco.
6.Fevereiro.1998 – M.L.C. nº 356.
NINA ALMEIDA – Porto Alegre, RS – Andante
Andante
Caminhei pela alvorada da vida,
Mastigando estrelas,
Ouvindo os cantos dos pardais ao amanhecer,
Fatigada, de tantas madrugadas
Na espera das promessas
Que emudeceu meu canto.
CHEILA STUMPF – Santa Cruz do Sul, RS
CRUZ
Não tenho lugar
Pra enterrar
O que morreu em mim.
Fico pelas praças,
Perambulando,
Com essa cruz
Que não tem onde pousar.
6.Março.1998 – M.L.C. nº 360.
JORGE TUFIC – Fortaleza, CE.
OS DEDOS DA MÃO
Agulhas com som de chuva
tecem, lá fora, os vitrais
da noite, talvez, que desce.
Mas é o silêncio que tece
a urtiga dos vendavais.
24.Julho.1998 – M.L.C. nº 380.
JEAN-PAUL MESTAS – NANTES, FRANÇA.
Poema do Silêncio Prolongado
Foi isto que aconteceu:
Antes precisamente de morrer
Os homens partiram.
E na terra permaneceu
Cansada indiferente.
9.Outubro.1998 – M.L.C. nº 391.
ISAÍAS RAMIRES – Rio de Janeiro, RJ.
Na casa sem pão
Todos falam, todos brigam
Ninguém tem razão.
20.Novembro.1998 – M.L.C. nº 397.
JOSÉ LUÍZ DUTRA DE TOLEDO – Ribeirão Preto, SP.
Um cavalo amarrado às margens de uma avenida olha o matagal ressecado e queimado e montes de lixo e não vê água para beber.
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