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MOMENTO LÍTERO CULTURAL
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JOSÉ ANTÓNIO DE CARVALHO – Vila Nova de Famalicão, Portugal.
Membro da Galeria dos Poetas da Coluna Momento Lítero Cultural
O teu poema
Aqui me revelo nestas linhas que te escrevo,
Num livro desejado amarelado pelo tempo.
Tempo que passa e que consigo vai levando:
Jardins, luares, verões, primaveras. Sonhos...
Do tempo que passa e não mais voltaremos a ter.
Ficam invernos, sombras, angústias. O frio…
Este hediondo mundo calado, barulhento e vazio,
Cujo negrume das noites salta impetuosamente para os dias.
Não fora a vista por esta janela de esperança,
Este sonho ingénuo de sorriso de criança,
Ou a irreverência do jovem na descoberta,
Que me trespassa o corpo levando-me até ti.
Não restaria mais do que um corpo paralisado
Que sobrevive ao passar do tempo, lentamente…
E que, como a chama da vela, se pode apagar de repente,
Não haja sentimento que o sustente
Ou abraço que o alimente.
JA18C
*****
Esqueço-me de Mim
Que sinais preciso eu de dar
P’ra te dizer que estou aqui,
Quantas dores eu já esqueci
No cansaço de tanto esperar.
Doem-me as pernas e os braços,
A boca pelo sorriso nunca abrir,
Os olhos por não te verem florir,
Inda assim resisto aos cansaços.
Sou este, o tal, do coração dorido,
Neste aspeto duro que sempre faço
Em choro apago este meu traço,
Varrendo as folhas que têm caído,
Que desta árvore se vão desprendendo.
Estás triste Mãe? Como me arrependo!
JA18C
*****
Ondas e Liberdades
Se me perco nas revoltas do mundo
Na busca de sublimes ideais
E se não encontro, tanto me confundo
A encontrar causas justas e leais.
Se me revejo no rubro dos cravos
E nas praças apinhadas de gente
triste e dolente, com rostos escravos
Se a liberdade se insinua ausente.
Ai os conceitos com os tais preconceitos
Tantos são os que só te veem defeitos
Mas em tudo tu és tão diferente...
Liberdade e mar, abrem-nos a mente
Águas e revoltas, grandes preceitos
Que desafiam os próprios conceitos…
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