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01-REGINA MADEIRA
LÍQUIDA BENÇÃO
Olho o mar emudecida,
bênção que vem nos banhar.
Cor de prata envelhecida,
num eterno faiscar.
Bênção que vem derramada,
do Senhor a nos amar.
Co'a alma afagafa,
Muito carinho a doar.
Aprendamos a lição,
ao sabermos relevar,
o que fez o nosso irmão
a ofensa pronunciar.
Elevemos nossa alma,
quando pedimos desculpas.
A conversa nos acalma,
aliviando as culpas.
26/10/2018
02-LUCIANA ELEOTÉRIO
Poeta adormecido
Luz que apaga
Estrela que cai...
Eu, quando meu poeta vai
ser abatido
olhos sem brilho
Tento sentir
mas sem ele não vivo.
Sobrevivo.
03-MARCUS V.M. DANIN
ALVORECER
Acesa a vela mágica do alvorecer
Pulam os astros pra dentro do
mistérioso universo do teu ser...
A negra mãe dos orvalhos recolhe
em seu desvão a última nesga do
luar
O céu, herança herdada dos deuses,
que esculpiram com delicado
cinzel, o azul dos primeiros
pássaros do dia, espectros raros,
difusos, ainda a se revelar
No horizonte redesenhado pelo
silêncio
Passeiam fiéis as nuvens, palácios
pumbleos concebidos pelos alísios
ventos
Afagos solares doiram o dorso
imantado do feno ceifado, sobre os
campos infindos, feéricos...
E o dia explode em todo seu
explendor
Afugentando meus olhos de chuva tardia...
04-JERSON BRITO
IMPUDORES
Famintas dessa tua castidade,
pecaminosas feras urram, brutas.
Debatem-se, salivam, dissolutas,
sentindo cheiro de lubricidade.
Aguçam-me os desejos teus licores...
A cada sorvo encontro o paraíso!
Tu és a tentação do meu juízo,
melífero alimento de impudores.
Rejubiloso adejo se me entranho
nas garras de carícias chamejantes.
Acossam-me explosões alucinantes...
Da lava dulçorosa quero um banho!
De ardência és farto cântaro... Que charme!
Espero em ti - sem rédeas! - lambuzar-me...
05-CLAUDIA LUNDGREN
Ela é pura poesia
Ela gosta de falar de amor
Do inverno, verão, outono e flor
Ela está sempre a viajar
Vai do norte ao sul
Atravessa oceanos e mares
Sem ao menos sair do lugar
Ela escreve, se eterniza
Sonha e realiza
Ela é pura poesia
Mulher que escreve e que lê
Não se ilude com o que vê
Não se permite enganar
Que sabe bem o que quer
E para onde vai
Ela põe a mochila nas costas
Anda de ônibus, faz suas compras
Independente, paga as contas
Mulher empoderada,
De si, dona
Antes de dormir, faz sua oração
E sem perder a ternura
Surge a inspiração
Escreve e transpõe
O que lhe sai do coração
É a mesma mulher
Que clama e reclama
Conquista o que quer
Revoluciona
Mulher de valor
Que sempre consegue tempo
Para falar de amor
Do inverno, verão, outono e flor.
06-ADELINA VIANA
(COM)PASSOS DO AMOR
O meu coração bate tão depressa
Como se me sentisse assustada
Mas é tão suave na sua pressa
E tão doce na sua ternura delicada
A todo o momento só me fala de amar
Esse amar que finjo que não existir
Insiste todos os dias para me tentar...
É a palavra que escuta todas as palavras
Renego mas ele não desiste, tu sabes...
É a palavra que arde no meu calor
É a luz,deste nosso silêncio, que voa como as aves...
E é, inteiramente, AMOR!
07-AGUEDA MAGALHÃES
Flamboyant vermelho
A tarde mergulha no rio,
sonolenta,
boceja réstias de luz.
Acende,
com filetes de sol,
folhas caídas,
viajantes indolentes
levadas pelo vento morno...
Sem rumo e sem previsão
de porto,
carregam
flores do silêncio
que nunca desabrocharam
palavras.
Semblantes efêmeros
espreitam,
com olhos mansos,
celas de gritos inaudíveis
feridas abertas,
toscos remendos,
em um coração
que nunca se rendeu
às cicatrizes do pranto,
nunca foi tinta de anil,
toque de azul,
nas horas mortas...
Paixões amputadas,
jamais voltarão aos flamboyants
vermelhos...
Acuadas,
correm
para as águas do abandono
que jamais serão rio
no meu peito
cansado
de pulsar saudades.
08-VERÔNICA NOBLAT
Seu nome
Onde encontro teu nome
Se tua língua me diz teus beijos
Dos olhos aos seios jamais esqueci a febre
E os versos que teu corpo compôs sem compostura
Com alegorias de mar ...
O sal minando, ateando fogo na umidade
Dessas loucas vontades que bailam em braile
Nossas almas desprendidas do corpo em total devoção
Levitamos no céu de excitação
Sem querer voltar!
09-DANIEL MAURÍCIO
Entrelinhas
Não quero dizer nada
Quando escrevo.
Quero apenas,
Despertar as entrelinhas
Adormecidas em cada peito.
10-LUCIAH LOPEZ
VIVÊNCIAS
É dele a voz que me acalma
e me resgata de mundos que transfixam corpo e alma
na indulgência do amor distanciado.
É dele a presença iluminada
brancazulada que atira longe despojos e dores
que me ferem os pés
na impiedosa travessia dos séculos.
É dele a boca que me deu o beijo
sal da vida nas primeiras horas da minha existência.
É dele a mão que me ampara
e cura feridas embriagadas de desejo
nas profundas do meu ser mulher.
É dele a certeza do meu amor
porque eu me despi diante dos seus olhos
e caminhei nua no seu coração
e sou eu quem bebe o gole de absinto e fel
enquanto os dias saltam dos calendários
presos em paredes imaginárias.
É dele a pele os poros os pelos
a verdade a mentira a sede a fome a febre
a dor a vértebra desviada
o sangue a saliva a urina
a noite e o dia
o sol no riso solto e a lua no olhos inquietos.
É dele o meu amor
a minha veia o meu sangue o meu pulso
o meu riso
porque eu chorei e morri a minha morte
pra renascer
todos os dias e noites na musica da sua voz.
É dele o meu amor
porque não se explica a existência da alma
nem a covardia de não saber amar.
11-SELMO VASCONCELLOS
11º ANDAR
Um homem sentiu vontade
de pular do 11º andar.
Não pulou.
Desceu no
10º
9º
8º
7º
6º
5º
4º
3º
2º
1º andar.
No térreo,
saiu caminhando exausto.
Deixando a morte
a esperar.
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