É asqueroso assistir aos debates na TV e aos programas eleitorais! Ninguém será santo, nem imaculado. Afinal, se não tiver
defeitos... “Nóis põe”!
O pior é que nas três esferas político-administrativas (municipal, estadual e federal) a baixaria corre solta... e vilanias, vilezas, as grosserias são proferidas na incessante busca de poder, porque os atores (candidatos) se valem da torpeza para agredir e vilipendiar o adversário.
Informações distorcidas, imagens manipuladas, releases, serão como um furto, um roubo, um estelionato e se transformam num assassinato de reputações. E se sobrepondo a verdade, que poderia estar sendo invocada, umas pesquisas enaltecendo personalidades de um lado, e do outro praticando a mentira, como forma de induzir os distraídos a ver como legítimo o encaminhamento de resultados que jamais acontecerão. Aí proliferam os fake news, os factóides, e o embuste é exaltado, podendo triunfar.
Falsos testemunhos são engendrados à direita, à esquerda e ao centro, verdadeiras armadilhas endereçadas ao eleitor ingênuo, alguns indecisos, com o intuito de preparar uma cilada igual àquela da fábula do corvo vaidoso e a raposa astuta (lembremo-nos de Jean de La Fontaine - ou seria Esopo?), visando a abocanhar o voto conseguido numa artimanha embrulhada num pacote de papel celofone vermelho, azul, verde, branco ou amarelo...
Não basta achincalhar, maldizer, enaltecer e insultar! Ultrajar, ridicularizar é o que interessa! Esquecem-se os detratores que a mentira é diabólica (gerada no ventre dos demônios), jamais nasceria de Deus, origem de tudo; Deus, nossa trilha, nossa única verdade na trajetória de nossa vida.
Penso que, em qualquer situação, a ação de mentir é um desvio de caráter, uma deficiência no espírito e na alma de alguém, uma degenerescência psicopatológica de um indivíduo ou grupo, que dela se valem como estratégia para atingir resultados.
No caso, a mentira produzida por um grupo político nasce da carência moral de seus integrantes, que se valem da maldade - derivada, certamente, de seus cérebros deformados, para agredir, lançar suspeitas, manchar a honra de outrem. Vencer uma corrida eleitoral é uma obstinação! Ainda que, para tanto, os meios justifiquem os fins...
No caso em questão, lançar mão de adjetivos maldosos contra um ou vários indivíduos é um ato de cabotinismo, porquanto seu autor ou autores se julgam acima do bem e do mal, acham-se abençoados de tantas virtudes, e os únicos defeituosos no mundo são os seus adversários, que consideram inimigos. Para esses, a mentira tem a intenção de buscar resultados que lhes beneficiem por serem destinados à sua conveniência, posto objetivar controlar e/ou mudar o jogo político em seu favor, sem temer serem descobertos; e, se o forem, não se sentem submetidos à possibilidade de punições. Os deuses da impunidade, acreditam, os protegerão...
Esquecem-se de que é certo o provérbio “quem com o ferro fere, com o ferro será ferido”...
O cabotino, segundo o dicionário, “é um presunçoso, que busca chamar a atenção, vangloriando-se de qualidades e talentos que não possui”, e se for de um grupo político, transforma-se num sermaquiavélico: é narcisista e padece de uma psicopatia em que se considera superior, valendo-se, repete-se, da torpeza para agredir, mentir, manipular ou distorcer a verdade, as imagens públicas de outrem.
Para corroborar a assertiva acima, lembremo-nos do cabotino-mor da historiografia, o Joseph Goebbels, ministro da propaganda de Hitler, que cunhou a frase "Uma mentira dita mil vezes torna-se verdade". Nada que vem do nazismo deverá prosperar e deveria ser abominada nesses tempos de eleições, porque as falsas informações, sendo demoníacas, só desunem, afastam e provocam rupturas sociais que a ninguém interessam.