Os profissionais – Por Osmar Silva

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Estava certo o nosso Tim Maia. Ausência de profissionalismo põe à pique qualquer coisa séria.  Seja lavar um prato ou fazer uma lei, escrever uma partitura ou uma reportagem, pintar um quadro ou fazer cumprir uma determinação. Em tudo há que ter seriedade, responsabilidade, ética, profissionalismo.

Estes valores estão escassos na sociedade brasileira. A percepção que temos é que falta gente honesta, decente e com vergonha na cara para administrar o Brasil em todas as suas instâncias federativas, instituições e órgãos de todos os poderes.

No governo federal a sensação é que o presidente Michel Temer não consegue encontrar gente de bem para ocupar os cargos e constituir um governo de ’excelências’ como havia prometido. Daí ter tido que se virar com Romero Jucá(Planejamento), Fabiano Silveira(transparência), Henrique Eduardo Alves(Turismo), Fábio Medina(AGU) Geddel Vieira(Casa Civil) além de Moreira Franco e Eliseu Padilha(ainda no governo), e...a lista é longa.

Nesse curtíssimo tempo de governo do político paulista do PMDB, 7 ministros foram exonerados em consequência de condutas reprovadas pela lei e pelo povo. E ainda submeter-se a profissionais do crime do Poder Legislativo como Renam Calheiros, Eduardo Cunha, Jader Barbalho, José Sarney e tantos outros que continuam dando o tom da música.

Exemplo disso é a pressão que vem recebendo de Renam para nomeá-lo ministro após sua saída da desonrada gestão na presidência do Senado da República. Ele quer, precisa e busca, desesperadamente, a proteção do foro privilegiado, para livrar-se das garras do juiz Sérgio Moro.

O Tim tem toda razão. Se olharmos para o Poder Judiciário, não teremos dificuldade para encontrarmos ministros claudicantes em troca de favores. Juizes vendedores de sentenças condenados a ‘férias’ eternas com direito ao salário integral pago pelo cidadão.

Se deslocarmos a vista para os órgãos auxiliares, veremos presidentes de tribunais de contas envolvidos em crimes e conselheiros vendendo a aposentadoria para governador para colocar parceiro que irá defender e aprovar suas contas.

Como se vê, no Brasil de agora, o profissionalismo é usado no sentido inverso. Não é para gerar riquezas lícitas para o cidadão e a nação. Mas para roubar, da forma mais ‘profissional’ possível, o tesouro da nação. O enriquecimento é a meta. Mesmo que através do crime.

É essa conduta que  contaminou, capilarmente, o tecido social do Brasil. Por isso, o prefeito de Porto Velho, Hildon Chaves, já está tendo que submeter-se aos caprichos da pior parte da Câmara de Vereadores. E a prefeita de Vilhena, Rosani Donadon, mulher e cunhada de criminosos condenados e foragidos da justiça, inicia o mandato cometendo ilicitudes e imoralidades. Uma completa inversão de valores.  

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