A absurdez aviltante da intolerância humana – por Marquelino Santana

A sociedade paternalista na sua fútil incomplacência vigente continua resistindo de forma exacerbada aos ataques preconceituosos e xenófobos em desfavor das minorias étnico-raciais marginalizadas e demais classes sociais subalternizadas pelo poder hegemônico em ascensão.

 

O ego opróbrio e narcísico do homem, afugenta e hostiliza os valores ontológicos do ato de ser, ao tempo em que procura asfixiar a liberdade de expressão como direito fundamental das sociedades democráticas. A escabrosidade reacionária que fere profundamente o direito à vida e que busca ceifar os caminhos do bem viver, é uma mácula nociva que asfixia e que rompe com exercício pleno de cidadania.

 

A aversão repugnante ao outro gera sentimentos de conflito e insegurança social, provocando nas relações sociais uma espécie de ruptura entre o homem e a natureza estesiante da vida. A empáfia e o embrutecimento oriundos num determinado espaço de ação, dilaceram a benévola e pacífica harmonia entre os homens, e fragiliza o pertencimento ético e constitucional do estado democrático de direito. 

 

A competição narcísica e estereotipada que busca depreciar os valores subjetivos da alma humana, que busca deteriorar as trilhas do empoderamento e da resiliência fraternal e que busca rechaçar com intransigência os modos de vida de uma coletividade ancestro-cosmogônica, está promovendo o colapso sagaz da liberdade, e exaurindo ominosamente o lugar sagrado de futuras gerações.

 

Agir com brandura e equidade, procurar não escamotear a verdade, evitar falsear o legítimo, e não praticar atos burlescos, são características justas e clarividentes que poderão abolir ou atenuar a absurdez aviltante da intolerância humana.