À revelia do lugar – por Marquelino Santana

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Na imbricação indissociável do homem com a terra brota o sentimento e o pertencimento de brandura e empatia pelo lugar. O lugar é singular e plural, e nesse holístico cosmopolitismo dos modos de vida, o ente humano amazônico vai cotidianamente alimentando o seu ser e apreendendo no espaço e tempo a sua própria existência transcendental.
 
Nesse cenário poético-estetizante do lugar, a vida é metamorfoseada e vivificada no espaço de ação, enquanto as tradicionais coletividades da Amazônia são veneradas e acolhidas com benevolência no fecundo útero natural da terra mãe em estesia. As almas amazônicas são divinalmente concatenadas com a generosidade do lugar, e nesse prazeroso e aconchegante encontro, a vida é renovada como dádiva fenomenal da natureza embelecida.
 
O aprazível lugar na sua iniludível magnitude e no peculiar entrelaçamento com o homem, faz brotar o bem viver em toda a sua originalidade. O bem viver torna-se a alma das coletividades a partir do momento em que o lugar é também preservado nas suas singulares características sócio-linguístico-culturais. Esses relevantes aspectos são marcas históricas do ser e tempo, são marcas que constituem a evolução humana do ente, e que são internalizadas na alma das comunidades sem que haja ruptura ou dilaceramento nas suas relações sociais com a terra mãe.
 
Mas infelizmente o ódio e aversão da sociedade envolvente como parte integrante da globalização em ascensão, provocaram sérias alterações nessas relações sociais, deixando nas tradicionais coletividades amazônicas, rastros de miséria e desolação daqueles que lutaram secularmente pela manutenção original do lugar, mas que diante do avanço desenfreado do capital foram embrutecidamente submetidas à derrocada humana vigente.
 
Desterradas da terra mãe pela degradação delinquente da vida, condenadas pelo descalabro e desregramento estatal, e assoladas esdruxulamente pelo crescimento dos velórios florestais, essas coletividades, outrora ribeirinhas, atualmente seguem marginalizadas pelas relações de dominação e exploração das grandes metrópoles e sobrevivendo miseravelmente à revelia do lugar.
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